RÚSSIA DESLOCA FROTA DO MAR NEGRO DA CRIMEIA

O Ministro do Reino Unido alerta para uma alegada nova estratégia russa de reprimir a exportação de cereais ucranianos, mas há quem receie uma nova anexação militar pelo Kremlin

A Rússia está a deslocalizar pelo menos parte da respetiva frota de guerra do Mar Negro de Sebastopol, na Crimeia, para a cidade de Novorossisk, em Krasnodar, mas também em breve para a Abecásia, a região separatista protegida pelo Kremlin, no norte da Geórgia.

O secretário do Conselho de Segurança do governo auto-determinado independente da Abecásia, reconhecido por Rússia, Venezuela, Nicarágua e Síria, mas não pela maioria das Nações Unidas, disse à agência Tass que a base naval russa no porto de Ochamchira está prevista no acordo entre esta controversa república autónoma e o Kremlin.

O projeto dessa base naval permanente da Rússia na Abecásia tinha ficado acordado em 2010, revelou um porta-voz do Ministério da Defesa da Rússia à mesma agência.

A mesma fonte afirmou que as obras da nova base naval permanente da Rússia na Abecásia deverão arrancar no final deste mês de outubro.

Sobre a deslocação de muitos navios militares russos da Crimeia para Krasnodar, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, escusou-se a comentar, alegando ser uma informação da competência do Ministério da Defesa.

As movimentações navais russas no Mar Negro acontecem após uma série de ataques ucranianos bem sucedidos contra a frota e o quartel-general russos em Sebastopol.

Mas há quem veja nestas movimentações a preparação da Rússia de uma nova estratégia militar para o Mar Negro.

O ministro britânico dos Negócios Estrangeiros cita documentos secretos desclassificados e alega que “a Rússia pode estar a colocar minas marítimas para reprimir a circulação de navios civis no Mar Negro”.

James Cleverly acusa Putin de querer “impedir a entrega de cereais aos mais necessitados no mundo” e sublinha que “o mundo está a ver”.

Mas há também quem receie que o Kremlin esteja apenas a preparar um assalto para anexar a Abecásia como tentou fazer também com partes da Ucrânia.

Fonte: Euronews

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