RÚSSIA PODE REVER ÁGUAS TERRITORIAIS NO BÁLTICO

Os líderes da região do Mar Báltico reagiram com cautela às notícias de que a Rússia poderia rever as fronteiras das águas territoriais na região. Num projeto de proposta divulgado por alguns meios de comunicação social russos, o Ministério da Defesa da Rússia sugere a atualização das coordenadas utilizadas para medir a faixa de águas territoriais ao largo da costa continental e a das ilhas no Mar Báltico. O projeto de proposta não esclarece se as alterações propostas irão deslocar a fronteira ou apenas clarificá-la.

De acordo com o anexo à resolução do governo, a Rússia tenciona rever as áreas ao longo da Fossa da Curlândia, do Cabo Taran e da Fossa do Báltico na sua fronteira com a Lituânia.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, diz que as ações da Rússia são vistas como uma provocação deliberada, direcionada e escalada para intimidar os países vizinhos. Considera os planos da Rússia uma operação híbrida para espalhar a incerteza sobre as suas intenções no Mar Báltico e apelou à NATO para que tome uma posição mais dura no que diz respeito a estes ataques híbridos.

O ministro da Defesa da Estónia alinha pelo mesmo diapasão e diz que se trata de uma provocação da Rússia: “A Rússia está a testar-nos para ver como reagimos. Toda a gente quer saber o que vamos fazer. Não nos vamos atirar para o fogo. Sempre que virem alguma coisa, especialmente nos meios de comunicação social russos, o meu conselho é muito simples: tenham cuidado. Porque normalmente são notícias falsas ou operações psicológicas deliberadas”, disse Hanno Pevkur.

Entretanto, a agência noticiosa estatal russa Interfax citou uma fonte militar-diplomática que afirmou que a Federação Russa não tem planos para rever as águas territoriais, zonas económicas e fronteiras nacionais no Mar Báltico. Segundo os peritos, os tratados internacionais que definem as fronteiras só podem ser alterados por consentimento mútuo dos Estados e não unilateralmente.

Alterar as fronteiras marítimas requer uma enorme quantidade de trabalho e negociações que normalmente demoram vários ou mesmo dezenas de anos e o envolvimento de vários peritos.

Fonte: Euronews

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