Na sessão de abertura da Reunião de Alto Nível dos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento, os Primeiros-Ministros de São Tomé e Príncipe, Cabo Verde e Ministro da Presidência do Conselho dos Ministro de Guiné Bissau, apelaram à criação de soluções concertadas para enfrentar os desafios económicos, ambientais e sociais que afetam os seus países. As declarações convergiram na defesa de maior cooperação, financiamento justo e reconhecimento internacional das vulnerabilidades específicas dos Estados insulares.
O Chefe do Governo da Guiné-Bissau destacou as dificuldades enfrentadas pelo país devido à instabilidade política, pobreza e baixo nível de desenvolvimento humano, sublinhando que as ilhas vivem os efeitos da degradação ambiental e das alterações climáticas com impactos diretos nos seus orçamentos e na qualidade de vida dos cidadãos.
O Primeiro-Ministro de São Tomé e Príncipe alertou para o aumento da frequência e intensidade de fenómenos meteorológicos extremos, como o desastre de 2022, e defendeu a adoção urgente de um Índice de Vulnerabilidade Multidimensional que permita acesso mais justo a recursos financeiros em função da real fragilidade dos países.
Já o Primeiro-Ministro de Cabo Verde realçou o peso estratégico dos SIDS, que representam 30% dos oceanos e cerca de 20% dos votos nas Nações Unidas, reforçando que a união política e diplomática dos pequenos Estados insulares pode ser decisiva na defesa de interesses comuns e na promoção de agendas como a economia azul, segurança marítima e financiamento climático sem aumento da dívida.
Os líderes manifestaram compromisso com uma diplomacia ativa e articulada, propondo a criação de um mecanismo permanente de coordenação do grupo SIDS e reiterando a importância da Declaração da Praia como documento orientador para a preparação da presidência da Aliança dos Pequenos Estados Insulares e da 5.ª Conferência Internacional dos SIDS, prevista para 2034.
Redação Tiver