Cerca de 40 dirigentes sindicais de vários países iniciaram hoje, na cidade da Praia, uma oficina sobre o tema “Transições justas e emprego para jovens rurais”, promovida pela União Nacional dos Trabalhadores de Cabo Verde – Central Sindical. A oficina visa delinear estratégias conjuntas para fortalecer a representação sindical e melhorar as condições e oportunidades de trabalho para a juventude no sector rural.
Participam no encontro dirigentes sindicais de Cabo Verde, dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da Galiza (Espanha) e de Portugal.
Na abertura, a secretária-geral da UNTC-CS, Joaquina Almeida, sublinhou a importância de integrar a juventude rural nas prioridades políticas, lamentando que estes jovens sejam “muitas vezes esquecidos”.
“Não podemos deixar nenhum jovem para trás, particularmente os do mundo rural. É preciso colocar o trabalho rural na agenda do dia-a-dia e garantir condições de emprego digno”, afirmou.
Joaquina Almeida referiu o “cenário preocupante” em Cabo Verde, que enfrenta a escassez de mão-de-obra agrícola devido à emigração jovem, defendendo a necessidade de se ultrapassar a discussão sobre o salário mínimo e se focar no salário digno, capaz de reter os jovens no país.
A urgência de uma acção conjunta foi reforçada pela secretária-geral adjunta da União Nacional dos Trabalhadores Angolanos (UNTA), Helena França, que alertou para o desemprego como um problema estrutural num continente jovem.
“Se não trabalharmos agora com a juventude, não teremos um futuro melhor”, afirmou, enaltecendo o papel da OIT-ACTRAV no apoio ao projecto.
Por sua vez, o secretário-geral da UNTG da Guiné-Bissau, Júlio Mendonça, apontou a instabilidade política como um dos principais entraves ao emprego juvenil no seu país, manifestando esperança em que os novos governos priorizem as políticas de emprego.
Fonte: Inforpress // Redação Tiver