Cerca de cem pessoas que beneficiam de um projeto solidário em São Vicente deixaram de receber refeições desde 03 de janeiro por suspensão de atividades da Associação Aos que Sobrevivem. A Casa da Sopa, aberta há 10 anos, oferece refeições, cestas de bens essenciais e conjuntos de produtos de higiene.
A ajuda deixou de ser prestada desde há cerca de uma semana, devido à demissão da coordenadora, Luísa Helena, decorrendo contactos para encontrar outra pessoa que possa liderar o trabalho e a atribuição de apoios, o mais rapidamente possível, referiu Carlos do Espírito Santo, presidente e fundador da Casa da Sopa.
“Verifiquei algumas irregularidades, desorganização, procurei por todos os meios dialogar com a Luísa [coordenadora] para o bem da Casa de Sopa”, mas “não foi possível”, referiu.
A coordenadora da associação justifica-se com desentendimentos com o presidente sobre a gestão e o uso dos recursos para apoiar a população, queixando-se de “desrespeito, exigências e imposições” das quais discordava.
“Não sei como estão as famílias e essa é a parte que mais me incomoda, porque nós demos um alento a essas pessoas durante muitos anos: algumas estão há dez anos connosco e, neste momento, estão simplesmente à sua mercê, com muitas dificuldades, porque a única refeição quente que muitos deles tinham era apenas aquela que a Casa da Sopa lhes oferecia”, referiu.
A Casa da Sopa abriu em 2014, pela mão de um grupo anónimo, para dar apoio a residentes vulneráveis em São Vicente, ilha com cerca de 80 mil habitantes, a segunda mais populosa do país.
As políticas de inclusão são transversais aos anúncios feitos pelas autoridades públicas, em Cabo Verde, depois de o Governo ter assumido o compromisso de erradicar a pobreza extrema até 2026.
Fonte: Santiago Magazine // Ad: Redação Tiver