SV: VIGILANTES EXIGEM JUSTIÇA E FIM DO “SALÁRIO DE MISÉRIA”

Os vigilantes de segurança privada, que se manifestaram hoje, no Mindelo, exigiram mais celeridade da Justiça relativamente ao despacho do Acordo Colectivo de Trabalho (ACT), assinado em 2021, e fim do “salário de miséria”.

O grupo de cerca de 30 agentes concentrou-se hoje na Praça Dom Luís, munido de cartazes com dizeres como “Abaixo a morosidade da justiça” e “Fim do salário de miséria”, entre outros, e de seguida percorreu algumas artérias da cidade do Mindelo, concentrando-se por alguns minutos nos arredores do Tribunal de São Vicente.

Nesta paragem, usando o microfone, o coordenador do Sindicato da Indústria, Alimentação, Construção Civil e Afins (SIACSA), Heidy Ganeto, pediu que as autoridades de São Vicente intervenham junto do Tribunal da Praia, onde se encontra em processo de julgamento o ACT assinado em 2021, devido a vários incumprimentos das empresas empregadoras.

Isto porque, segundo a mesma fonte explicou à imprensa, desde essa altura não tiveram qualquer resposta das autoridades judiciais.

“Já vamos completar quatro anos e até agora não tivemos qualquer resposta do Tribunal. Então, pedimos mais aceleração naquele processo porque um vigilante recebe salário mínimo do salário mínimo”, considerou Heidy Ganeto.

O sindicalista assegurou que os agentes de segurança privada estão a receber um “salário de miséria” de 14.450 escudos quando no ACT está definido cinco escalões para remuneração, sendo o primeiro de 17 mil, segundo de 19 mil, terceiro de 20 mil, quarta de 21 e, por último, o quinto de 22.500 escudos.

“Mas, só que temos vigilantes com mais de 15 anos de trabalho e nunca foi lhes dado promoções. Se as empresas estivessem a cumprir o acordo não estaríamos aqui a exigir o salário mínimo”, defendeu Heidy Ganeto, com a ideia de que “nenhum dispositivo pode passar por cima da lei”.

A mesma fonte acredita ainda que todos esses incumprimentos têm levado à desmotivação dos trabalhadores.

Exemplo disso, asseverou, é o número de participantes na manifestação, cerca de 30, quando na ilha de São Vicente existem cerca de 300 vigilantes.

Mesmo assim, garantiu o sindicalista, não vão deixar de lutar e, embora descartam a possibilidade de greve, pretendem continuar a realizar manifestações até serem respeitados pelas empresas e pelas autoridades.

Fonte: Euronews

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