Os trabalhadores da Câmara Municipal da Praia (CMP) suspenderam a greve de dois dias agendada para hoje e sexta-feira e ameaçaram entrar com uma acção judicial contra a edilidade praiense.
Em declarações à imprensa o presidente do Sindicato da Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil e Afins (Siacsa), Gilberto Lima, explicou que a suspensão da greve por decisão unilateral dos 56 trabalhadores, nomeadamente, motoristas de saneamento, vigilantes e controladores de saneamento deve-se ao “pouco espaço de tempo” da realização da última greve, mas também por “medo, ameaças e represálias”.
Considerando que as negociações se arrastam há muito tempo, desde o mandato anterior, o sindicalista disse que os mesmos incumbiram o sindicato a providenciar uma acção judicial contra a Câmara Municipal da Praia.
“De facto e analisando bem, dado a um sem número de violações das leis da parte da câmara municipal, a solução mais ajustada é a interposição de um processo judicial nos tribunais”, considerou, desaprovando o comportamento da autarquia que numa reunião de conciliação, disse “não ter nada a declarar e nem tempo para solucionar as pendências”.
“Pelo que entendemos levar a câmara municipal às barras do tribunal e esperar o tempo que for necessário. É a melhor opção do momento”, comentou, sublinhando que os trabalhadores e o sindicato continuarão “firmes e determinados” a denunciar as precariedades laborais “onde quer que seja” em defesa dos direitos e interesses da classe trabalhadora nacional.
Neste contexto, aponta o dedo ainda a outras autarquias, dizendo estar “acostumado às retóricas” também das câmaras de São Vicente, Santa Catarina, São Domingos, Sal e outras.
“Temos de acabar com os abusos do poder, com o medo e represálias, temos de aprofundar o diálogo tripartido, dar dignidade à classe trabalhadora e acabar com as perseguições políticas nos locais de trabalho”, sintetizou.
Conforme o sindicalista, das violações praticadas pela Câmara Municipal da Praia, nesta luta que se arrasta há vários anos assinala-se, nomeadamente, a não observância do aumento salarial, despacho do presidente Francisco Carvalho para descontos de 25 por cento (%) de todos os subsídios dos trabalhadores, por cada falta injustificada, falta de materiais de protecção para o saneamento, desde botas, luvas sacos e uniforme.
Ainda, a aplicação do Plano de Carreiras, Funções e Remunerações (PCFR), promoção vencida dos funcionários, eliminação dos contratos de prestação de serviço, descontos ilegais e que não estão a ser canalizados para o Instituto Nacional da Providência Social (INPS), entre outras situações.
Fonte: Inforpress // Ad: Redação Tiver