O valor das exportações de conservas e peixe congelado atingiram até novembro quase 4 milhões de escudos, um aumento de quase 1,5% face ao mesmo período de 2020, segundo dados oficiais.
Nos primeiros 11 meses de 2020, essas vendas foram de 3.658 milhões de escudos, segundo o histórico do BCV.
Só no mês de julho último, Cabo Verde exportou mais de 586 milhões de escudos em conservas e peixe congelado, o valor mensal mais elevado desde pelo menos 2019, e em novembro ultrapassou os 375 milhões de escudos segundo os dados do BCV.
Globalmente, as exportações de bens cabo-verdianos caíram em 2020 mais de 16% face ao ano anterior, para 5.100 milhões de escudos, essencialmente peixe e conservas. Do total das exportações, menos de 10% são produtos transformados no arquipélago, como calçado e vestuário.
Segundo dados anteriores do Instituto Nacional de Estatística, Espanha é o país que mais compra os produtos cabo-verdianos, com uma quota superior a 60%, mantendo uma forte actividade na indústria conserveira, essencialmente na ilha de São Vicente.
Essa indústria conserveira admitiu há precisamente um ano problemas nas exportações, dada a falta de um acordo por parte da União Europeia para a derrogação de normas de origem.
Sem a aprovação do novo pedido de derrogação desde 2020, as exportações cabo-verdianas de conservas teriam encargos aduaneiros colocando em causa a sobrevivência do sector.
Entretanto, a Comissão Europeia aprovou em junho passado uma derrogação de três anos das regras de origem preferencial nas conservas de filetes de atum, sarda, cavala e judeu por Cabo Verde.
O anterior ministro da Economia Marítima, Paulo Veiga, tinha admitido que a derrogação da Comissão Europeia às normas de origem, viabilizando as exportações de conservas, será a última e que até 2023 o arquipélago terá uma frota industrial nacional.
A actividade pesqueira em Cabo Verde está concentrada na pesca costeira e semi artesanal, face à praticamente inexistente frota nacional industrial para abastecer as indústrias conserveiras que operam no arquipélago, que recorrem às capturas por navios industriais com bandeira de outros países.
Rivaldo Fernanades/Lusa