A Rússia lança uma grande ofensiva na Ucrânia e consegue vencer a guerra. Segue-se uma onda de ciberataques e tentativa de perturbar a ordem nos países bálticos e na União Europeia. Este é o cenário negro que o Ministério da Defesa traçou para os próximos meses, temendo que se possa desencadear uma nova guerra mundial.
De acordo com documentos militares consultados pelo jornal Bild, a Alemanha tem vários cenários em cima da mesa, sendo o acima descrito o mais negro. Teme Berlim que a falta de apoio do Ocidente a Kiev possa motivar a Rússia a lançar uma grande ofensiva, o que poderia derrotar a Ucrânia e aproximar Moscovo de uma guerra com a NATO.
Ainda que apelide esta situação de “altamente improvável”, o Ministério da Defesa da Alemanha acautela todas as possibilidades, incluindo a deslocação de tropas russas para perto da fronteira com Lituânia, Letónia e Estónia, nomeadamente através da Bielorrússia e do exclave de Kaliningrado, territórios onde Moscovo também poderia instalar armas.
O objetivo principal desses movimentos, segundo os documentos alemães, seria conseguir localizar as tropas no Corredor de Suwalki, que divide Polónia da Lituânia, mas que também se localiza a meio de Bielorrússia e Kaliningrado.
Trata-se um ponto há muito identificado como um dos calcanhares de Aquiles da NATO. Caso este local fosse ocupado por tropas russas, os três países do Báltico ficariam isolados do resto da Europa.
Isso mesmo levaria, segundo os documentos consultados pelo Bild, a que a NATO interviesse para prevenir uma ocupação russa da zona. Recorde-se que os estatutos da Aliança Atlântica obrigam a que os Estados-membros, como Portugal, intervenham caso outro aliado seja atacado.
Estaríamos então numa guerra aberta entre os dois blocos, o que a Alemanha estima – mais uma vez, no seu pior cenário – que pudesse acontecer pelo início de 2025. Nesse cenário estaríamos perante uma Terceira Guerra Mundial.
Tudo isto a meio de uma mudança política que pode acontecer nos Estados Unidos, que em novembro deste ano vão escolher o próximo presidente.
Fonte: CNN