Celebra-se hoje o dia da lingua materna, e a presidente do conselho directivo da Associação da Língua Materna Cabo-verdiana defende a urgência para a oficialização da língua cabo-verdiana. Amália Melo Lopes diz-se ciente de que terá impactos no desenvolvimento e na auto-estima de pessoas, sobretudo no campo educativo.
Amália Melo Lopes, manifestou esta posição à margem da “Feira da Língua Materna” que decorre na Pracinha da Escola Grande, no Platô, para celebrar o Dia Internacional da Língua Materna, que se assinala a 21 de Fevereiro, e foi antecipada pela organização, porque a efeméride deste ano coincide com a Terça-feira do Carnaval.
Com este evento, a ALMA-CV, pretende simultaneamente divulgar o crioulo, ma perspectiva da sua oficialização, alertando para a necessidade de se fazer muito mais.
A organização alegando que ainda há muito tabu sobre a língua materna, em como não existe gramática e que não vala a pena a sua oficialização, o ensinamento e a sua oficialização.
Crítica a discrepância do crioulo quando comparado com a língua portuguesa, já que a língua de Camões está na Constituição da República, razão pela qual considerou que, à luz da lei magna, o crioulo está desvalorizado.
Deste modo, alertou para que as duas línguas, portuguesa e cabo-verdiana, estejam no mesmo patamar e na igualdade e harmonia entre elas.
A linguista vincou que a oficialização do crioulo implica a revisão da Constituição, asseverando que por se tratar de uma iniciativa parlamentar, cabe aos deputados nacionais sensibilizarem à esta causa.
Para a celebração desta efeméride, foi implantado “stands” com documentos vários sobre o crioulo de Cabo Verde, história e formação, com exposição de livros na língua cabo-verdiana e sobre a língua cabo-verdiana.
Instituída pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), em 17 de Novembro de 1999, o Dia Internacional da Língua Materna tem o objectivo de promover a diversidade linguística e cultura entre as diferentes nações.
A ideia para proclamar um dia dedicado à língua materna surgiu a partir do Dia do Movimento da Língua, criado em 1952 e celebrado desde então em Bangladesh.
Fonte: Inforpress // Ad: Redação Tiver