O arquipélago de Cabo Verde está entre os países insulares africanos que mais avançaram na concepção da economia azul. A garantia é do biólogo José Guerreiro, que desenvolve, há cerca de seis anos, um estudo com o IMar.
O biólogo, doutorado em Ecologia e Biossistemática e professor com agregação em Ciências do Mar na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa apresentou essa conclusão à imprensa à margem de uma palestra apresentada hoje, no Centro Oceanográfico do Mindelo, sob o tema “Estado da arte da governança, ordenamento do espaço marítimo e economia azul em África, do Atlântico ao Índico”.
Segundo a mesma fonte, este trabalho está a ser desenvolvido há cerca de seis anos com Cabo Verde, em particular com o Instituto do Mar, e no qual foram comparados os modelos de economia azul de países africanos com casos de estudo de 12 países, incluindo os pequenos estados insulares africanos.
No caso de Cabo Verde, José Guerreiro disse haver uma “boa novidade” por ser considerado como um dos pequenos estados insulares que mais avançaram do ponto de vista da concepção estrutural da economia azul.
Para o biólogo, esta é a “maior mudança” mundial na maneira de gerir o oceano desde que foi aprovada a Convenção Marítima e que permitiu passar de apenas dois usos aplicados há vários anos, pesca e transporte marítimo, para 18-20 usos, actualmente.
Na realidade cabo-verdiana, conforme a mesma fonte, os documentos estratégicos para a economia e crescimento azuis estão “bem delineados e bem concebidos” e as áreas prioritárias definidas, para além, da estratégia nacional para o mar, já em curso, assim como o ordenamento do espaço marítimo.
Contudo, afiançou, o sistema portuário e costeiro ainda é “muito crítico”, assim como o transporte marítimo.
Mesmo assim, José Guerreiro colocou Cabo Verde entre os pequenos estados insulares africanos, num nível de avanço semelhante a das Seychelles, que acredita não ser muito diferente do desenvolvimento constatado nas ilhas cabo-verdianas no ramo marítimo.
O estudo do biólogo estende-se do Atlântico ao Índico, nomeadamente na África Sub-Saariana e nos estudos de caso, com informação actual, desses processos na transição em Angola, Namíbia, África do Sul, Tanzânia e Quénia, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Seychelles, Madagáscar e Maurícias.
Fonte: Inforpress // Ad: Redação Tiver