Foram retomados os combates no norte da Etiópia, entre as forças governamentais e os rebeldes separatistas do Tigré. Os residentes na capital, Adis Abeba, reagem com consternação ao regresso da violência, que põe fim a um cessar-fogo de cinco meses e compromete os esforços de paz.
Thaimanot Mezgebu, residente na cidade, afirma: “Tínhamos esperado que estivessem prontos para a paz, mas agora a nossa esperança foi-se. Se começarem a guerra, isso não será bom para o povo da Etiópia e doTigré. Aqueles que pegam nas armas não estão a pensar no povo”.
Outro residente, Erdan Delil, diz: “A política é um jogo de conhecimento e arte, e devemos usá-la e vir para a mesa de negociações. Esta deveria ser a base para a Etiópia”.
Os dois lados do conflito acusam-se mutuamente de terem rompido as tréguas.
Estes são os primeiros combates assinalados desde março, altura em que foi alcançado um cessar-fogo que permitiu levar ajuda humanitária à região devastada pela guerra e pela fome.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, já lamentou que o governo etíope e rebeldes tenham retomado os confrontos, apesar da trégua, e apelou ao fim imediato da violência e regresso ao diálogo. “Estou profundamente chocado com a notícia do regresso das hostilidades na Etiópia”, disse Guterres.
O chefe da ONU salientou que as pessoas afetadas pelo conflito no Tigré “já sofreram demasiado” e apelou a “uma cessação imediata das hostilidades e o reatamento das negociações de paz”.
O conflito, que começou em novembro de 2020, matou um número incalculável de pessoas, com relatos generalizados de atrocidades, incluindo assassínios em massa e violência sexual.
Fonte: Euronews