Porta-voz do Conselho de Segurança Nacional afirma que a morte de três soldados americanos na Jordânia exige uma “resposta”, mas deixa claro que os Estados Unidos não procuram uma guerra com o Irão e que a retaliação não compromete a libertação de reféns. Hamas prepara nova ofensiva no norte de Gaza
Os Estados Unidos vão fazer tudo o que for necessário para proteger as tropas americanas. A posição foi expressa pelo Secretário de Estado da Defesa, Lloyd Austin, na sequência do ataque com drones na Jordânia por parte de militantes apoiados pelo Irão, que matou três militares americanos e feriu mais de 40.
” O presidente e eu não vamos tolerar ataques às nossas forças, e vamos pôr em prática todas as ações necessárias para defender os Estados Unidos e as nossas tropas”, declarou Austin à entrada para um encontro com o Secretário-Geral da NATO, Jens Stoltenberg, esta segunda-feira no Pentágono.
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Kirby, referiu por sua vez que o ataque letal na Jordânia exige uma “resposta” mas, por outro lado, sublinhou que não há qualquer intenção de abrir uma guerra com o Irão e que a retaliação não irá afetar as negociações em curso destinadas à libertação dos mais de 100 reféns feitos pelo Hamas após o ataque de 7 de outubro no sul de Israel.
“Não há razão para que que a nossa resposta tenha impacto na nossa capacidade de libertar os reféns”, declarou John Kirby aos jornalistas esta segunda-feira. “Tal como disse na semana passada, posso dizer hoje que essas negociações estão a decorrer. Acreditamos que têm sido construtivas, e estão a avançar na direção certa”, acrescentou.
O primeiro-ministro do Qatar já tinha manifestado preocupação sobre as consequências de uma potencial retaliação americana, dando nota de que teria certamente impacto na “segurança regional” e pedindo para que se evitasse uma escalada.
No domingo, Qatar, Estados Unidos, Israel e Egito encontraram-se em Paris e traçaram as linhas gerais de uma proposta a ser apresentada pelos responsáveis cataris ao Hamas – uma pausa de seis semanas na guerra e uma troca de reféns por prisioneiros palestinianos. O diretor da CIA, William Burns, esteve reunido com o primeiro-ministro do Qatar e ainda com os líderes dos serviços de inteligência de Israel e do Egito. As conversações estão numa fase inicial e poderão ser demoradas, dado que os líderes políticos do Hamas teriam de obter uma resposta por parte dos membros do comando militar do grupo que estão escondidos nos túneis de Gaza.
O porta-voz do Hamas, Osama Hamdan, já reconheceu que os mediadores estão a fazer “grandes esforços”, mas adiantou que ainda não recebeu qualquer proposta oficial.
Fonte: Euronews