EUA VÃO APRESENTAR PROJETO DE CESSAR-FOGO PRÓPRIO

Estados Unidos elaboraram resolução própria para um cessar-fogo imediato em Gaza. Embaixadora norte-americana espera que proposta seja votada esta sexta-feira no Conselho de Segurança da ONU.

Os Estados Unidos vão apresentar um projeto de resolução próprio ao Conselho de Segurança da ONU, exigindo um cessar-fogo imediato em Gaza, bem como a libertação incondicional de reféns, sem relacionar diretamente esses dois aspetos. A Embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas Linda Thomas-Greenfiled espera que o projeto vá a votação o mais rápido possível, provavelmente ainda esta sexta-feira.

Os Estados Unidos vetaram vários projetos de outros países no Conselho de Segurança da ONU. Há um mês bloqueram a aprovação da proposta argelina, justificando que “não permitiria que a paz sustentável fosse alcançada e, de facto, poderia ter o efeito oposto”.

Um dos principais obstáculos nesta discussão é a classificação do Hamas enquanto grupo terrorista e a perceção dos ataques de 7 de outubro do ano passado no sul de Israel.

Ao mesmo tempo, outros 10 países estão a elaborar rascunhos próprios para chegar a uma resolução de cessar-fogo. De acordo com o Embaixador francês Nicolas de Rivière, este texto pode servir como um “plano B” no caso da proposta norte-americana falhar.

Os EUA têm aumentado o envolvimento diplomático e a pressão sobre Israel. O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, visitou os países do Médio Oriente para discutir tréguas e questões humanitárias: depois da Arábia Saudita e do Egito, deverá deslocar-se a Israel esta sexta-feira para dialogar com o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Washington já se manifestou contra uma operação israelita em Rafah, onde se concentram mais de um milhão de refugiados palestinianos de toda a Faixa de Gaza. 

Blinken disse que seria “um erro” avançar com uma operação terrestre nesta cidade do sul de Gaza e que, de qualquer das formas, não servirá para derrotar o Hamas. 

O secretário de Estado norte-americano insinuou que na próxima semana, uma delegação de diplomatas vai ter oportunidade para expor a opinião dos Estados Unidos sobre a situação aos homólogos israelitas. Se tiverem sucesso, podem conseguir que a operação em Rafah seja adiada, pelo menos durante algum tempo.

“Uma grande operação militar em Rafah seria um erro. Algo que não apoiamos. E também não é necessário para negociar com o Hamas, o que é necessário. Vamos ter uma oportunidade na próxima semana de partilhar em pormenor essa visão com os nossos homólogos israelitas e de expor os nossos pontos de vista sobre como lidar com o problema de forma diferente”, afirmou.

Em todo o caso, os detalhes práticos para uma possível trégua e troca de reféns serão negociados em Doha. Esta sexta-feira, responsáveis dos serviços secretos dos EUA e Israel partirão para o Qatar para retomar o processo mais do que uma vez fracassado no formato Egito-Israel-EUA. 

Há cerca de uma semana, o Hamas propôs outro plano de troca de reféns, aparentemente levando em consideração as críticas israelitas. Netanyahu considerou a nova proposta “irrealista”, mas concordou em enviar outra delegação ao Qatar.

Perante este cenário, a ONU e as organizações humanitárias continuam preocupadas com a fome iminente em Gaza. Na quinta-feira, o chefe da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, saudou o recente aumento das rotas de abastecimento aéreo e marítimo, mas sublinhou que apenas mais corredores terrestres podem ajudar a evitar a fome.

Fonte: Euronews

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