A missão científica liderada por Henk-Jan Hoving, a bordo do navio METEOR, está a explorar os mares de Cabo Verde desde 21 de março. O objetivo principal da expedição, é estudar os ecossistemas marinhos profundos e recolher dados sobre a biodiversidade existente nas águas de Cabo Verde.
Durante a missão, a equipa tem utilizado diversas tecnologias, incluindo um veículo operado remotamente, para observar recifes de coral virgens e a fauna marinha nas zonas rarifóticas. Hoving enfatizou a riqueza biológica do país, com novas descobertas, incluindo espécies que nunca haviam sido vistas em Cabo Verde.
“Vimos tantas espécies diferentes e ainda estamos analisando os espécimes que coletamos e observamos. É possível que tenhamos encontrado novas espécies para Cabo Verde, além de registros inéditos de animais que nunca haviam sido observados aqui antes. Então, sim, é muito rico em biodiversidade.
Com o veículo operado remotamente, conseguimos observar os animais em seu ambiente natural sem perturbá-los. Isso nos permite estudar organismos gelatinosos delicados, como águas-vivas e sifonóforos – alguns com vários metros de comprimento. Ainda estamos analisando os tipos, mas já temos vários novos registros desses animais para a região”. – Henk-Jan Hoving
Os principais objetivos da expedição, incluem o mapeamento das profundezas da Zona Económica Exclusiva de Cabo Verde e o estudo das interações entre as espécies marinhas, com foco na cadeia alimentar e sua relação com a pesca comercial, essencial para a economia do país.
“Um dos principais objetivos é mapear o fundo do mar, porque grandes partes da Zona Econômica Exclusiva de Cabo Verde ainda são desconhecidas em termos de profundidade e morfologia. Outro objetivo é estudar a biodiversidade – quais animais vivem no fundo do mar e na coluna de água, e como essas comunidades se organizam.
Além disso, queremos entender como esses animais interagem nas cadeias alimentares , ou seja, quem come quem. Isso tem relação com a pesca comercial em Cabo Verde, já que muitos atuns e outros grandes peixes se alimentam na coluna de água média, e estamos estudando justamente essas espécies que servem de presa”. – Henk-Jan Hoving
Keider Neves, que é investigador, apontou a diversidade encontrada nas profundezas do mar cabo-verdiano, incluindo corais, esponjas e grandes ostras. Numa dessas ostras, foi identificado um camarão que poderá representar uma nova espécie para a ciência.
A expedição conta com uma equipa internacional de investigadores e recorre a tecnologias avançadas para explorar zonas até agora pouco conhecidas.
Redação Tiver