“GOVERNANÇA DE ÁGUA É ESSENCIALMENTE ESCOLHAS POLÍTICAS”, DIZ HELEN BARBOSA

Helen Barbosa, cabo-verdiana, doutoranda em Processos e Mudanças Ambientais na Suécia interveio esta segunda-feira na Reunião Temática da UIP-CPLP em Cabo Verde sobre Mudanças Climáticas face aos Desafios do Desenvolvimento Sustentável. Falou sobre a Governança da Água no contexto de alterações climáticassublinhando que a governança da água é essencialmente escolhas políticas.

No seu discurso focou-se em 3 pontos de entradas, que considera serem importantes para se entender como o processo de governança de água ocorre no dia-a-dia e os desafios associados ao processo de governança da água. 

Falou da distribuição de conhecimento e expertise, da distribuição de voz e autoridade e a distribuição de água e risco.

Helen Barbosa entende que a governança de água é essencialmente escolhas políticas de quem “qualificado”para decidir sobre, e como estas escolhas apoiam o desenvolvimento da sociedade.

Ao esmiuçar sobre o primeiro ponto, a Distribuição de Conhecimento e Expertise, Helen fez algumas perguntas, como, quem tem o conhecimento, quem é o expert e o que está a ser promovido de forma a responder aos desafios de água?

Comentou, entretanto, que é incontestável que para governar o que seja, deve -se ter conhecimento. 

“Devido à natureza da água e principalmente a nossa natureza geográfica insular conhecer a água é de extrema importância. Muitas vezes subestimamos o conhecimento ou facilmente tiramos conclusões sobre algo. Exemplo é o reconhecimento, na agenda global, da importância daágua subterrânea espelhado no slogan tornar invisível, visível. Isto não apenas sobre o ponto de vista técnico, mas também promover outras formas informais de conhecer a água subterrânea, reconhecer e dar oportunidade ao conhecimento tradicional. Assim,estaremos a aproveitar e a incorporar o conhecimento tradicional nacional no planeamento das ações”, elucidou a mesma.

Sobre o segundo ponto, Distribuição da Voz e Autoridade,a doutoranda em processos e mudanças ambientais garante que, à medida que investimos em conhecimento, devemos alargar e incorporar outros agentes a fazeremparte da gestão. 

“Assim teremos a voz e autoridade de contestar, participar nos assuntos relacionados com a água e o clima, e consequentemente teremos na mesa soluções mais diversificadas”, retorquiu.

Ao abordar o terceiro e último ponto do sue discurso, que é a Distribuição de água e riscos, a mesma sublinhou que o poder (social, político, económico e financeiro) de contestar e participar em diversas instâncias (formal e informal) influencia altamente a forma como a distribuição de água é feita, a sua continuidade de acesso e consequentemente os vários riscos associados.

A Reunião Temática da UIP-CPLP, em Cabo Verde, surge no quadro do encontro havido entre os países membros da CPLP, à margem da 144ª Assembleia da UIP, realizada em março, em Nusa Dua, Indonésia, com o propósito de se criar um momento de intercâmbio de ideias e de experiências sobre um tema candente da atualidade mundial.

Redação Tiver

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