O Governo irlandês anunciou a criação de uma Comissão de Investigação sobre os abusos sexuais nas escolas geridas por ordens religiosas católicas, depois de uma investigação preliminar ter encontrado quase 2.400 alegações de abusos históricos.
A Ministra da Educação, Norma Foley, descreveu o relatório da investigação preliminar, na terça-feira, como um “documento angustiante, que contém alguns dos relatos mais terríveis de abusos sexuais”.
O inquérito revelou a existência de 884 alegados abusadores em 308 escolas de todas as regiões do país entre 1927 e 2013. Mais de metade das pessoas acusadas de abusos sexuais históricos já morreu.
A maior parte destas alegações foi comunicada por 42 ordens que dirigiam ou ainda dirigem escolas na República da Irlanda, sendo que 17 escolas especiais também registaram 590 alegações envolvendo 190 alegados abusadores.
O inquérito de delimitação de âmbito ouviu entrevistas ou recebeu observações escritas de 149 sobreviventes. A maioria dos participantes eram homens na casa dos 50 e 60 anos.
A investigação, dirigida pela advogada Mary O’Toole, foi entregue a Foley em junho e a abertura de um inquérito sobre os abusos foi uma das várias recomendações que fez ao governo.
No relatório de 700 páginas, Foley recomendou também que o Governo solicitasse às ordens religiosas que contribuíssem para um esquema de reparação.
A ministra elogiou as vítimas e os sobreviventes pela sua “extraordinária coragem” ao partilharem as suas histórias pessoais.
“Fiquei profundamente comovida com a coragem, a força e a abertura de todos aqueles que partilharam as suas experiências”, afirmou.
Fonte: Euronews