As tropas israelitas anunciaram que tomaram o “controlo operacional” do lado palestiniano da passagem de Rafah, que faz fronteira com o Egipto, na manhã desta terça-feira. O exército de Benjamin Netanyahu está agora a impedir a saída de qualquer cidadão do enclave, depois de milhares de palestinianos terem conseguido fugir por esta via.
A 401ª Brigada de Israel entrou na passagem de Rafah, um dia depois do Hamas ter aceite uma proposta de cessar-fogo mediada pelo Egipto e pelo Catar. Israel rejeitou, no entanto, o acordo, alegando que este não satisfazia as suas próprias exigências.
Pelo menos 23 pessoas, incluindo cinco crianças de apenas três anos, foram mortas nos ataques israelitas em Rafah durante a noite de segunda para terça-feira. Esta manhã, várias famílias choraram a perda dos seus entes queridos em Rafah.
O Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, condenou, entretanto, a incursão na cidade do sul de Gaza e mostrou-se preocupado com a possibilidade da ofensiva causar novamente muitas vítimas civis.
“A ofensiva em Rafah recomeçou, apesar de todos os pedidos da comunidade internacional, dos Estados Unidos, dos Estados-membros da UE, de todos os que pedem a Netanyahu para não atacar”, afirmou Josep Borrell, à margem da reunião do Conselho dos Negócios Estrangeiros em Bruxelas, citado pelas agências internacionais.
Na segunda-feira, milhares de palestinianos deslocados começaram a abandonar Rafah, depois do exército israelita ter pedido a sua evacuação. A população foi aconselhada a deslocar-se para as cidades de Khan Younis e Al Muwassi, onde já foram instaladas tendas equipadas com hospitais e alimentos.
A passagem de Rafah é crucial tanto para a entrada de ajuda como para que os palestinianos consigam fugir para o Egipto. Há muitos meses que os dirigentes israelitas previam uma operação na cidade de Rafah, onde se encontravam refugiados cerca de 1,4 milhões de palestinianos, incluindo mais de 600.000 crianças, apesar dos avisos das Nações Unidas, dos Estados Unidos, da União Europeia e das organizações humanitárias internacionais de que um possível ataque “seria catastrófico”.
Fonte: Euronews