A jornalista e cantora guineense Karyna Gomes lamenta a falta de projetos jornalísticos escritos em crioulo na Guiné-Bissau e em Cabo Verde, que considera serem importantes, porque “nenhum povo é livre quando não fala na sua língua”.
Karyna Gomes, salientou que nos países como Guiné-Bissau e Cabo Verde, ela faz jornalismo em crioulo, contudo contou, que não se faz jornalismo escrito em crioulo.
Enquanto jornalista e falante de crioulo guineense e cabo-verdiano, lamentou que a sua língua materna não tenha maior expressão escrita, nomeadamente no palco informativo, e exortou os Governos a “despertarem”, uma consciencialização que disse ter “de acontecer para o crioulo realmente se estabelecer na escrita”.
Karyna Gomes defendeu que a “oficialização do crioulo é mais do que urgente” para que a língua possa ganhar um estatuto mais firme não só nos países de origem, mas também nos países onde se concentra uma grande parte da comunidade africana.
“A partir do momento que os crioulos se tornem línguas oficiais nos nossos países, nomeadamente, Guiné-Bissau e Cabo Verde, automaticamente, a geopolítica, digamos assim, vai acabar abraçando isso e vai tornar muito mais fácil o crioulo traduzido em jornais no caso de países como Portugal, que têm claramente uma comunidade muito expressiva que fala crioulo”.
A viver em Portugal há 11 anos, Karyna Gomes é coordenadora de um projeto pioneiro de jornalismo em crioulo no jornal online. A Mensagem, que visa ampliar os temas da comunidade africana em Lisboa e elevar o crioulo enquanto língua,e reforça que o jornalismo escrito em crioulo é muito importante.
A importância da escrita nesta língua está ligada ao facto de as comunidades africanas pensarem em crioulo, pelo que seria “importante” ver essa representação nos conteúdos lidos e não apenas em alguns programas de televisão.
Fonte: Inforpress // Ad: Redação Tiver