Em Cabo Verde, conforme números do governo, existem 3.266 pessoas com mais de 60 anos, a viverem sozinhas, sem qualquer suporte. Dessas, 970 têm mais de 80 anos.
As desigualdades sociais e de género ao longo da vida também determinam as condições de vida e de saúde na velhice.
Além de condições materiais insuficientes, preconceitos e estereótipos em relação ao envelhecimento também condicionam a inclusão social dos idosos. A psicóloga Kátia Furtado destaca a degradação do ambiente afectivo, desde logo, no seio familiar e aponta como exemplo a quebra de laços entre avós e netos.
As projecções demográficas, no horizonte 2021/2040 apontam para o envelhecimento da população cabo-verdiana, com maior tendência em São Vicente, Sal e Praia.
Solidão, negligência familiar, condições precárias. Pedaços de muitas vidas, gente que mora na porta ao lado, condenada a uma velhice de exclusão e abandono.
É um princípio de vida em comunidade: os mais fortes protegem os mais fracos. O dever de amparar as pessoas idosas, assegurar a sua participação, defender a sua dignidade e bem-estar é fundamental, mas a negligência familiar e uma sociedade que vira as costas aos seus mais velhos são realidades que se impuseram entre nós.
Fonte: Santiago Magazine // Ad: Redação Tiver