Dados de última hora desmentem a versão inicial da Polícia de que a vítima teria ameaçado os agentes com uma faca. Segundo a versão oficial da PSP, Odair Moniz foi abordado numa avenida próxima ao bairro do Zambujal, após uma patrulha ter ordenado que parasse o seu veículo.
Moniz, no entanto, terá fugido em direcção à Cova da Moura e, durante a tentativa de detenção, teria resistido com uma arma branca.
A PSP alegou que, após esgotar todas as alternativas, o agente viu-se forçado a disparar.
Ainda segundo a polícia, Moniz teria tentado agredir os agentes, levando à reação letal. Entretanto, dados mais recentes avançados pela imprensa portuguesa, que cita os dois agentes envolvidos na morte de Odair, desmentem a versão inicial da PSP.
Em interrogatório, os visados admitiram que o cabo-verdiano não os ameaçou com uma arma branca (faca) e muito menos o carro em que a vítima seguia era roubado. Pelo contrário, era o carro dele.
Esta nova versão vem ao encontro dos testemunhos de amigos, familiares e vizinhos de Moniz, bem como de associações de defesa dos direitos humanos, que descrevem Odair como uma pessoa pacífica e cordata.
Edgar Cabral, vice-presidente da associação de moradores “A Partilha”, afirmou que o facto de o agente ter sido constituído arguido foi “um bom primeiro passo”.
No entanto, muitos moradores consideram que os polícias “podiam ter feito de outra forma”, questionando a necessidade de recorrer a tiros fatais.
Fonte: Observador // Ad: Redação Tiver