O escritor Luís Carlos Gonçalves considerou que Norberto Tavares é “uma inspiração”, através das suas composições, dos seus ritmos, mesmo para as gerações mais novas, sublinhando que cada composição do músico traz uma mensagem “forte”.
Luís Carlos Gonçalves fez estas considerações em declarações à imprensa, no acto do lançamento do seu livro “A Música como Veículo para a Descolonização da Mente no Cabo Verde Pós-Independência: O Caso das Composições de Norberto Tavares”, em Assomada.
Segundo o autor, desde pequeno ouvia e contemplava os ritmos de Norberto Tavares e ao longo dos anos essa paixão foi se aumentando, começou a perceber que atrás de cada música havia sempre uma mensagem.
Daí, sustentou que viu nele um cantor, compositor e multi-instrumentista que valia a pena escrever um pouco sobre aquilo que fez e o livro apresentado hoje, segundo o mesmo, visa compreender as dinâmicas da sociedade cabo-verdiana no período pós-independência, nas suas vertentes histórica, política e social, a partir das mensagens veiculadas pela música da época.
Para o autor, Norberto Tavares é um artista que até hoje acaba por ser uma inspiração, porque todas as pessoas que escutarem a sua música encontram algo que os inspiram, sustentando que as suas composições são portadoras de mensagens de esperança, num mundo novo, de liberdade, democracia e progresso
A apresentação do livro esteve a cargo do Carlos Alberto Sousa (Princezito), para quem o, autora da obra, na sua modéstia, conseguiu reunir algumas obras, testemunhos, entrevistas de pessoas que conviveram com Norberto Tavares.
Ressaltou o facto de a ideia inicialmente ser somente uma tese do final de um curso, mas que depois resolveu partilhá-la com mais pessoas, louvando esta atitude, justificando que Norberto “merece ser partilhado”, sobretudo pelos que gostam dele e, mais do que nunca, pelos que nem fazem ideia da sua existência.
Reconheceu igualmente a “grandeza” do Norberto Tavares, exaltando as suas qualidades nas composições, mas também no instrumentalista que era, sublinhando o “grande domínio” que o autor de “Nôs Cabo Verde di Sperança” tinha do crioulo.
Igualmente, evidenciou que Norberto Tavares era uma pessoa que tinha um conhecimento “muito avançado”, sublinhado o facto de na sua música falar de conteúdos que hoje são debatidos, como a questão da igualdade e equidade de género, assunto que, segundo Princezito, era ainda tabu, destacando que o cantor estava sete passos adiante da sociedade cabo-verdiana.
Fonte: A Semana // Ad: Redação Tiver