O presidente da União Cabo-Verdiana Independente e Democrática, disse hoje que 2023 foi um ano difícil para os cabo-verdianos em termos laborais, sociais, de ambiente de negócio e da dinâmica económica do País. Segundo João Santos Luís, em 2023 houve várias manifestações e greves de várias classes profissionais e aspectos sociais que estiveram em cima da mesa e que o Governo não teve discernimento para encontrar medidas que mitigassem a situação.
“Segundo referiu, ha duas câmaras de comércio que, juntamente com os seus associados, as empresas, por várias vezes solicitaram ao Governo a introdução de medidas duráveis no Orçamento do Estado que pudessem incrementar o aumento de negócio no País, o quadro fiscal e, sobretudo, a redução dos custos operacionais das empresas, de energia, água, transporte e da pequenez do mercado e o Governo não o faz”.
Segundo João Luís falta também investimento na base produtiva para que a economia cresça e para gerar rendimento e tirar as famílias da pobreza e da extrema pobreza.
“O Governo, em 2023, basicamente o Ministério da Família e Inclusão Social tem feito algum trabalho junto das famílias, mas tratam-se de medidas assistencialistas porque o que tira as pessoas da pobreza é o desenvolvimento da economia”, defendeu o político para quem é uma estratégia falhada do Governo em reduzir a pobreza e a pobreza extrema colocando dinheiro nas mãos das pessoas”.
Para João Luís ficaram ainda por resolver os problemas de acesso a comunidades em Santo Antão, o aeroporto em Porto Novo, o acesso à zona agrícola de Txon d ‘Holanda, na Ribeira de Vinha, em São Vicente além de problemas de insegurança nos principais centros urbanos do País, problemas de iluminação pública, morosidade na justiça, conectividade entre as ilhas, aumento do transporte marítimo e falta de investimentos na área da saúde.
O político citou, também, casos de trabalhadores do Ministério da Saúde que “não escaparam das injustiças laborais”, pensionistas que “recebem pensão de miséria”, a situação de trabalhadores da Ex-Empa e da empresa Justino Lopes ainda por resolver, os cinco mil vigilantes que esperam pela “boa vontade do Governo” em fazer cumprir o Preço Indicativo de Referência e ainda as reivindicações dos professores, da classe médica e dos trabalhadores do Ministério da Agricultura e Ambiente, particularmente, do Planalto Leste em Santo Antão, que “continuam sendo submetidos a uma espécie de escravatura moderna a receber 249 escudos”.
Na visão do presidente da UCID, “as grandes somas” colocadas à disposição de Cabo Verde para ajudar no seu desenvolvimento económico, inclusive a selecção de Cabo Verde ao terceiro compacto do Millennium Challenge Corporation devem servir para a apresentação de projectos estruturantes que garantem a sustentabilidade do crescimento e o desenvolvimento económico do País.
Desde logo, sugeriu, com foco no sector primário da economia a conectividade entre as ilhas e a massificação dos investimentos em energias renováveis.
Para o ano de 2024 João Santos Luís disse que o País corre o risco de repetir o mesmo cenário de 2023, porque no Orçamento para esse ano não existe um quadro claro de investimento na economia nem no sector primário.
Fonte: UCID // Ad: Redação Tiver