O primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, admitiu esta terça-feira a necessidade de aquisição de um helicóptero para apoio a emergências médicas e à Protecção Civil, embora reconheça a dificuldade em realizar esse investimento.
“Num futuro mais distante, quem sabe, termos um helicóptero em Cabo Verde, para garantirmos melhor as situações de emergência médica. Até por uma questão de Protecção Civil, também. Não prometi que seja amanhã ou depois de amanhã, porque seria irresponsável, mas afirmo que estamos a trabalhar afincadamente para que possamos ter um helicóptero nas nossas ilhas, para um conjunto de funções que precisamos desenvolver”, afirmou Ulisses Correia em Silva, em Nova Sintra, na ilha Brava.
A visita do chefe do Governo acontece menos de dois meses depois da morte de um adolescente de 13 anos, após a evacuação médica num bote a partir da Brava, para receber tratamento médico no hospital de São Filipe, na ilha vizinha do Fogo, onde acabaria por morrer pouco depois, em 01 de Agosto, vítima de leucemia aguda, num processo envolto em polémica pública face às condições do transporte.
O Presidente da República, chegou a pedir publicamente uma investigação ao caso e um inquérito aberto depois pelo Governo concluiu que não houve negligência médica, embora apontando que as condições da evacuação médica foram precárias, mas também as possíveis, face às circunstâncias, tendo sido disponibilizadas de modo célere.
Ulisses Correia e Silva aproveitou o momento para anunciar que no mês de Outubro a ilha Brava ira ter um destacamento da Guarda Costeira residente na ilha, com uma embarcação afecta às operações de fiscalização, de Protecção Civil e de apoio à evacuação médica na Brava.
O governante afirmou o governo esta a fazer tudo para que a questão dos transportes, das conectividades, deixe de ser um constrangimento, nesta e noutras ilhas de Cabo Verde. O mesmo acrescentou ainda que as ilhas precisam de se conectar entre si, e com o resto do mundo, tendo transporte regular para garantir a ligação diária da Brava ao Fogo e ao resto de Cabo Verde.
O Estado, nomeadamente a Guarda Costeira, não dispõe há vários anos de qualquer meio aéreo que permita vigilância das águas nacionais, operações de socorro ou evacuações médicas, que normalmente são realizadas por via marítima ou através dos voos comerciais regulares domésticos ou fretados, sendo que no caso da Brava a ilha não dispõe de aeródromo.
Fonte: Expresso das Ilhas // Ad: Redação Tiver