PROJECTO TARTARUGA BV REGISTA DIMINUIÇÃO DE NINHOS

A coordenadora científica do projecto Tartaruga Boa Vista, Leila Almeida, disse que registaram uma diminuição de 120 mil ninhos de desova de tartarugas na Boa Vista, em comparação com os registos de 2021.

Desde Junho até ao mês de Novembro, época de desova das tartarugas marinhas, registaram-se 32.831 ninhos, 1.736 viveiros, 7.912 fêmeas monitorizadas e 144 tartarugas resgatadas, segundo avançou à Inforpress a coordenadora científica do Projecto Tartaruga Boa Vista, Leila Almeida.

A campanha deste ano envolveu 133 pessoas contratadas e 35 voluntários a trabalhar neste projecto, no ano em que termina o financiamento da Fundação MAVA que vinha suportando o PTBV desde 2017.

Em interpretação aos números de ninhos, a coordenadora científica do PTBV disse que, este ano, houve uma diminuição da nidificação, já que as tartarugas “funcionam com várias flutuabilidades no seu ciclo e não vêm desovar todos os anos, mas de dois em dois anos” e, às vezes, “as condições das áreas de alimentação proporcionam valores também mais altos”, explicou, em análise a diminuição da nidificação deste ano.

Conforme explicou, os resultados de 2020 (121 mil ninhos) e de 2021 (156.631 ninhos) são resultado do trabalho feito ao longo de 23 anos porque, segundo justificou, a espécie nidifica a partir dos seus 20 a 25 anos, logo, os resultados são de longo prazo.

Leila Almeida frisou que não se pode afirmar que a população de tartarugas esteja estável ou que o registo dos números continuará alto, pelo que entende que há que continuar a reunir esforços para a monitorização e para continuidade do projecto Tartaruga Boa Vista.

Dos ganhos deste projecto, a bióloga destacou a formação, trabalho em harmonia científica com todos os grupos da ilha, confirmando haver também um futuro a nível nacional, sensibilização das povoações e das comunidades, ao mesmo tempo que sublinhou como ponto fulcral a educação ambiental, já que, conforme disse, “as novas gerações é que irão mudar o futuro”.

“Boa Vista é um exemplo para Cabo Verde no que diz respeito à conservação da espécie marinha. Cada vez mais trabalhamos com as comunidades locais e próximas às áreas de conservação”, pontuou, congratulando-se com o facto de, na educação ambiental, terem estado envolvidas mais de mil crianças, 60% da população já está informada sobre a lei da protecção das tartarugas e, cada vez mais, haver uma diminuição de casos reportados de caça ao animal marinho.

Fonte: Inforpress // Ad: Redação Tiver

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