O projecto Luz para as Meninas, que consiste na instalação de painéis solares nas casas de lata em São Vicente para incentivar meninas a estudar à noite, tem sido um diferencial na vida desses estudantes e suas famílias. A ideia do projecto, é proporcionar uma realidade mais justa e igualitária para as meninas, garantir segurança e poupança às suas famílias.
Ali poucas casas têm electricidade e grande parte da população vive da venda de produtos que retira da lixeira, e debate-se ainda com a falta de água e saneamento.
Antónia Lima é mãe de quatro filhos, dos quais dois estudam no ensino básico obrigatório, sendo um rapaz, de nove anos, e uma menina, de 13, ela que está entre as mais de 200 estudantes já contempladas com painéis solares pela Organização das Mulheres de Cabo Verde (OMCV), promotora deste projecto, criado em 2020, durante a pandemia da covid-19.
Para essa chefe de família, o painel trouxe muitas vantagens, porque conseguem acender quatro lâmpadas, uma na sala, outra na cozinha e as demais nos dois quartos e ainda recarregar o telemóvel, sem precisar ir à casa dos vizinhos, e conviver mais à noite em vez de dormir cedo por causa do escuro.
A delegada da OMCV em São Vicente, Fátima Balbina, explicou que o projecto Luz para as Meninas consiste em levar uma esperança às meninas, em especial às estudantes.
Desenvolvido pelos técnicos Marco Cruz e Marco Silva, o projeto começou inicialmente em 2020, com a instalação de 50 painéis solares, com o financiamento dos missionários da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias e, devido ao seu impacto, foi abraçado por outras instituições.
A delegada da OMCV disse também que já estuda formas de abranger outras casas uma vez que, sublinhou, a organização tem tido dificuldades em instalar painéis nalgumas casas de lata porque os donos usam luz clandestina e recusam-se a receber os kits porque desejam ter luz elétrica para poder ter frigorifico, televisores e outros equipamentos.
Fonte: Inforpress // ad: redação tiver