O antigo primeiro-ministro holandês e atual secretário-geral da aliança transatlântica viajou para Washington DC para uma reunião crucial com Donald Trump.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, terá de convencer o presidente Trump de que os interesses dos EUA são mais bem servidos enquanto principal membro da aliança transatlântica, quando visitar a Casa Branca esta quinta-feira.
Bo entanto, os EUA vão pressionar os aliados da NATO a concentrarem-se na sua obrigação de se defenderem sem dependerem do apoio dos EUA, de acordo com uma fonte norte-americana.
O presidente Trump há muito que pressiona os países da NATO a gastarem mais em defesa e ameaçou retirar o apoio dos EUA aos membros que não gastam pelo menos 2% do seu PIB em defesa.
“Rutte está muito empenhado em manter os EUA na NATO e penso que ele é muito inteligente nesta matéria, pelo que não será combativo enquanto lá estiver”, referiu o mesmo funcionário norte-americano.
“Temos de separar a NATO da Ucrânia, porque até agora temos estado muito envolvidos, mas a NATO é maior do que a Ucrânia neste momento”, acrescentou a fonte, referindo-se à iniciativa de cessar-fogo dos EUA.
É provável que o presidente Trump volte a sublinhar fortemente esta mensagem durante o dia de hoje.
“Vamos centrar-nos no artigo 3.º da Carta da NATO – ‘os aliados devem ser capazes de se defender e contribuir para a defesa coletiva da aliança’”, disse o responsável norte-americano.
Entretanto, Trump afirmou que os EUA permanecerão na NATO “se nos tratarem de forma justa e pagarem as suas contas”.
“Declarei que não vou estar envolvido na NATO a menos que paguem as vossas contas”, mencionou na Casa Branca, na quarta-feira.
“Fizeram-me a pergunta: ‘se não pagarmos, vão ajudar-nos?’, e eu disse que não, que se não pagarem, estão em falta”, afirmou Trump na Sala Oval, durante a reunião com o primeiro-ministro irlandês.
“Se não estão a pagar as vossas contas, não vou ajudar”, acrescentou.
O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, encontra-se com o presidente dos EUA, Donald Trump, num momento de negociações em curso para uma potencial trégua na Ucrânia.
Mas fontes norte-americanas afirmam que a conversa desta quinta-feira não se centrará na Ucrânia, mas sim no futuro da NATO e na exigência dos EUA de uma partilha mais rápida e substancial dos encargos com a defesa na Europa.
“Não creio que Rutte vá aprofundar muito o tema da Ucrânia – o que é que ele ganha com isso, ele é o secretário-geral da NATO, que é anterior à Ucrânia”, disse o funcionário americano.
Espera-se que Rutte se concentre em convencer Trump a manter os EUA na NATO, no interesse norte-americano a longo prazo,** à medida que o país se orienta para a segurança no Indo-Pacífico.
O ex-primeiro-ministro holandês tem mantido relações estreitas com Trump, e os dois falam com frequência. Rutte repete constantemente o argumento dos EUA de que a Europa precisa de gastar mais e assumir mais responsabilidade pela sua própria segurança.
Os aliados da NATO são obrigados a gastar 2% do seu PIB na defesa, embora oito países, incluindo Espanha, Bélgica, Itália e Luxemburgo, ainda não estejam a cumprir esta meta.
Ao mesmo tempo, o secretário de Estado dos EUA, Pete Hegseth, defendeu que os aliados precisam de aumentar drasticamente as suas despesas nessa área para 5% do PIB nos próximos anos.
“Rutte tem estado muito à frente de todos, apelando a que os aliados da NATO gastem 5% na defesa”, afirmou o responsável norte-americano.
Fonte: Euronews