Pelo menos três pessoas morreram durante os tumultos ocorridos Nova Caledónia, depois de as autoridades anunciarem um recolher obrigatório de dois dias. Emmanuel Macron cancelou viagem ao norte de França e declarou estado de emergência.
Pelo menos três pessoas morreram e cerca de 300 ficaram feridas na Nova Caledónia, no terceiro dia consecutivo de tumultos. As autoridades anunciaram na terça-feira um recolher obrigatório de dois dias e proibiram ajuntamentos.
Os tumultos surgiram na sequência de alterações à Constituição que previam o alargamento do direito de voto nas eleições locais aos cidadãos franceses que vivessem na ilha há mais de dez anos. A população indígena Kanak considerou esta medida como uma tentativa de minimizar a sua influência.
Segundo a imprensa local, foram saqueadas e queimadas lojas e estabelecimentos comerciais e foram disparados tiros contra agentes da polícia.
Pelo menos 54 polícias e gendarmes ficaram feridos e mais de 130 pessoas foram detidas, segundo o Alto Comissariado francês na Nova Caledónia.
O presidente francês, Emmanuel Macron, convocou esta quarta-feira um conselho especial no Eliseu, composto por vários ministros e altos responsáveis da Defesa e Negócios Estrangeiros, e decidiu declarar estado de emergência, tendo cancelado uma viagem que tinha prevista ao norte de França para se concentrar nos tumultos na Nova Caledónia.
O aeroporto foi encerrado e dezenas de voos foram cancelados.
Os tumultos começaram na segunda-feira à noite, antes de um debate no Parlamento francês, agendado para terça-feira, para discutir as reformas eleitorais.
Os opositores às reformas afirmam que estas beneficiariam os políticos pró-franceses da Nova Caledónia e marginalizariam ainda mais a população indígena, que foi vítima de políticas de segregação e discriminação rigorosas.
“A violência nunca é uma solução”, disse o primeiro-ministro francês Gabriel Attal. “A nossa prioridade é, naturalmente, restabelecer a ordem, a calma e a serenidade”, frisara o governante.
Fonte: Euronews