As Aldeias Infantis SOS em Cabo Verde comemoram hoje 40 anos de existência. Na ocasião, a organização reiterou a sua missão de transformar a vida de crianças, adolescentes e famílias cabo-verdianas.
Ou seja, são 40 anos de trabalho centrado exclusivamente no bem-estar das crianças e adolescentes no país, segundo disse à Inforpress o director da Aldeia Infantil SOS de Assomada, no município de Santa Catarina (Santiago), Pedro Andrade.
A história da Aldeias Infantis SOS em Cabo Verde começou a 04 de Outubro de 1984, com a entrada em funcionamento da primeira Aldeia Infantil SOS e um jardim infantil na então vila de Assomada, em Santa Catarina.
Com o passar dos anos, de acordo com a instituição, devido ao agravamento dos problemas sociais e com o objectivo de dar resposta à crescente demanda, construiu-se em 2003 a segunda Aldeia, em Ribeirão Chiqueiro, no município de São Domingos, também na ilha de Santiago.
Seis anos depois, em 2009, surge o Centro Social SOS Mindelo, em São Vicente, desta feita para responder à problemática de crianças em situação de rua.
“(…) Estou imensamente satisfeito com 40 anos de trabalho e existência das Aldeias Infantis SOS em Cabo Verde, pois são muitas vidas, muitas crianças e muitas famílias transformadas ao longo destes 40 anos”, congratulou-se Pedro Tavares.
“Ao longo dos 40 anos muitas crianças passaram por aqui, e hoje centenas estão com vida estável, família feita e independentes, e isso é um grande motivo de alegria para nós”, acrescentou.
O percurso da instituição foi “coroado de muitos ganhos”, mas há “muitos desafios” por vencer, segundo este responsável que dirige a Aldeia Infantil SOS de Assomada há dez anos.
De entre os desafios que ainda continuam, no caso particular da Aldeia SOS de Assomada, destacou a reunificação familiar, isto porque, conforme defendeu, o melhor lugar das crianças é na família.
Durante a entrevista exclusiva à Inforpress, Pedro Andrade alertou que em pouco espaço de tempo, por causa da emigração, a instituição tem recebido muitas crianças de pais santa-catarinenses que viajaram.
“De um momento para outro a Casa de Emergência [espaço onde é recebido as crianças no imediato sem qualquer documentação] ficou sobrelotado, e a maioria dos casos é por causa da emigração registada nos últimos tempos em Santa Catarina”, concretizou Andrade.
A Aldeia Infantil SOS de Assomada conta neste momento com 62 crianças/adolescentes, divididos entre a Aldeia e uma Casa Familiar fora da instituição em Bolanha (Assomada), um projecto-piloto em curso há um ano.
Sobre este projecto-piloto, cuja mãe conta com sete crianças/adolescentes, segundo ele, até o momento tem sido uma “boa experiência”.
Por outro lado, a mesma fonte revelou ainda, que para atender a uma reivindicação antiga das meninas, a instituição também tem em curso um outro projecto-piloto, um lar feminino, com três jovens.
“O balanço dos dois projectos-piloto é positivo”, enfatizou Pedro Andrade.
A celebração dos 40 anos vai ser marcada por uma cerimónia de reinserção de dois jovens, que saem do lar juvenil para o mundo de trabalho e de estudo, ou seja, para as suas famílias, e de seis jovens que saem dos lares familiares para lar juvenil, onde vão ter uma vida “semi-independentes”.
Fonte: Inforpress // Ad: Redação Tiver