Um grupo de 72 crianças, alvo de um estudo na ilha da Brava, Cabo Verde, sofre de fluorose, doença causada pelo excesso de flúor na água e que pode comprometer a estrutura dentária. A água de nascente usada para abastecimento público na ilha apresenta níveis de flúor que atingem cerca de 6,5 miligramas por litro, disse o autor da investigação.
Segundo Ednilson Delgado, na ilha Brava, descobriu-se que a fluorose dentária afeta todas as crianças avaliadas, com uma prevalência surpreendente de 100%”, e metade são casos severos.
A água de nascente usada para abastecimento público na ilha apresenta níveis de flúor que atingem cerca de 6,5 miligramas por litro (mg/l), indicou o investigador, com base em análises. O valor ultrapassa os limites estabelecidos pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pela legislação cabo-verdiana, facto que tem sido discutido publicamente há vários anos, levando inclusivamente à instalação de máquinas de tratamento.
O estudo agora divulgado avalia as consequências em crianças de 12 anos, idade considerada relevante, em termos médicos, para este tipo de estudo dentário.
A fluorose manifesta-se através de manchas visíveis nos dentes, podendo chegar ao ponto de corroer a estrutura dentária, deixando-a comprometida na idade adulta.
Ednilson Delgado referiu que se trata de “um problema de saúde pública”, com “implicações profundas” na autoestima das crianças, na sua capacidade de mastigação e na interação.
Fonte: Sapo.pt // Ad: Redação Tiver