A defesa da liberdade de imprensa deve ser promovida pelos próprios jornalistas e pelos próprios gestores dos órgãos de Comunicação Social. Esta é a opinião do professor Daniel Medina, para quem manter-se a liberdade de imprensa num país, tendo por base os critérios da Repórteres Sem Fronteira, não se pode resumir ou presumir que esta tarefa caberá apenas ao governo.
Em Cabo Verde, segundo o jornalista e professor Daniel Medina, na teoria a Constituição e as leis são muito favoráveis ao exercício do jornalismo, pelo que os profissionais podem exercer livremente a sua profissão, mas na prática há algumas limitações.
Ao ver do professor Daniel Medina, fazer jornalismo é uma atividade de exposição e de risco porque na sua ação pode mexer com o poder, a vida e interesses das pessoas, podendo gerar relações de conflitualidade/promiscuidade, portanto é extremamente difícil fazer jornalismo de investigação em Cabo Verde, porque os jornalistas têm medo das represálias.
Cabo Verde é um dos países que melhora figura entre os estados africanos no ranking de liberdade de imprensa, mas Cabo Verde cai 9 lugares em 2022. Em anâlise a essa descida, Daniel Medina, proferiu que uma queda no ranking pode ser ocasionada por alguns eventos nomeadamente, os países, que estavam atrás, terem tido um melhor desempenho e terem ultrapassado os que se encontravam a frente.
De acordo com Daniel Medina, se o país se concentrar apenas nos meios de comunicação públicos isto poderá condicionar a pluralidade das fontes de informações e para ter uma democracia avançada, que se pretende em Cabo Verde, há que ter uma imprensa livre e para ser livre a mesma tem de ser plural, por isso há a necessidade de o Estado encontrar soluções para o financiamento dos órgãos privados da comunicação social a bem da pluralidade e da democracia em Cabo Verde. Acrescentou ainda que os privados devem também procurar os seus próprios meios de financiamento.
Redação Tiver