O artista plástico Tuto Sousa reconheceu que atualmente, que a sociedade cabo-verdiana já começa a reconhecer o trabalho dos artistas plásticos no país. No entanto, acredita que ainda falta dar o “devido valor” aos mesmos.
“Em Cabo Verde, a arte plástica ainda não recebeu o devido valor, porque quando se fala de arte, refere-se essencialmente à música e às outras áreas, quase sempre são esquecidas. Os artistas plásticos vivem praticamente ao abandono, cada um fazendo da sua maneira para sobreviver, buscando recursos para divulgar e promover o seu trabalho”, considerou.
O artista garantiu que “não tem nada contra” o destaque que é dado à música que é “mais fácil” de chegar ao consumidor, mas que para tentar mudar essa realidade, ultimamente os artistas trouxeram a “arte de rua”, sendo que hoje, quando se anda pela cidade da Praia, é possível encontrar centenas de pinturas, precisamente para fazer com que a “sociedade comece a ser moldada e aprender a consumir a arte plástica”.
“Hoje conseguimos ver a diferença, encontramos pessoas que já conhecem os artistas plásticos e os seus estilos. É um caminho que tem que ser feito” frisou, observando que essa participação na Bienal de Lisboa – Arte Cristã representa a capacidade que os artistas plásticos têm em aceitar um desafio e dar continuidade, assim como projetar novos planos para novas temáticas na pintura em Cabo Verde.
Na sua opinião, a arte sacra é uma temática que quase é esquecida em Cabo Verde, lembrando que ele mesmo, há alguns anos, fez pinturas no teto da Igreja de Santa Catarina, sustentando que quando uma instituição como a câmara municipal “abraça essa causa”, os artistas só têm a agradecer, porque existem vários que muitas vezes perdem a oportunidade de participarem em eventos, por falta de apoios.
Para alem de Tuto Sousa, participam na Bienal de Lisboa – Arte Cristã, que decorre de 29 de abril e vai até setembro, Edson Garcia, Hélder Cardoso e Tony Kaya Barbosa, residentes em Cabo Verde, e Miranda Brito, David Levy Lima e António Firmino, residentes em Portugal.
Fonte: Inforpress // Ad: Redação Tiver