Apesar da destruição, há muitos ucranianos que nunca abandonaram a cidade; e tentam, no meio do cenário apocalíptico, sobreviver. É assim em Kharkiv e em Cherniiv, onde o exército russo teima, em assumir o controlo, mas sem sucesso.
As pessoas escondem-se nos abrigos e saem à rua para comprar comida. Todas os supermercados estão encerrados, com exceção de um, que tem filas e filas de pessoas que querem os alimentos básicos, os quais já faltam.
A vida faz-se debaixo de terra, há já várias semanas. Katia conta que já está na estação de metro desde o dia 24 de Fevereiro, dia 1 da ofensiva da Rússia. Diz ter tomado a decisão porque a zona residencial onde vivia já estava a ser atacada, naquela primeira noite. “Uma casa ao lado da minha estava a arder, e a escola também”. Diz que a vida no bunker não é fácil. “Está frio e as crianças estão doentes”, diz.
A vida, mesmo assim, não pára. Há quem dê música, do abrigo_._ Uma banda toca do bunker para a Internet, num concerto que é transmitido através da Internet. O concerto serve também para arrecadar fundos para comprar novos equipamentos para as forças de defesa.
Um “tentar esquecer” da realidade que se vive alguns metros acima.
A televisão holandesa captou imagens de soldados ucranianos a deter um homem que suspeitam ser espião russo. Estava a tirar fotografias a prédios destruídos.
Uma das últimas vítimas de Kharkiv foi um sobrevivente de 96 anos dos campos de concentração nazi, morto no oitavo andar do apartamento. Estava demasiado doente para escapar.
Fonte: Euronews // Redação Tiver