MZ: CICLONE INTENSIFICA INSEGURANÇA ALIMENTAR

Em Moçambique, desde sexta-feira, o ciclone Freddy provocou 21 mortos na província da Zambézia, no centro. A destruição de culturas deverá agravar a insegurança alimentar, conta um residente de Quelimane, que descreve os estragos mais visíveis na cidade.  

A segunda passagem do ciclone Freddy por Moçambique provocou, pelo menos, 21 mortos desde sexta-feira, de acordo com o Instituto Nacional de Gestão de Desastres (INGD). Esta é a província mais afectada no país e, segundo as autoridades, a prioridade passa agora por acudir aos sobreviventes que se queixam de falta de água, comida e de condições de higiene nos centros de acolhimento.

Recorde-se que na primeira passagem da tempestade, a 24 de Fevereiro, já tinham sido contabilizados 10 mortes em Moçambique.

Desde então foram abertos 65 centros de acolhimento. De acordo com o INGD, esses centros abrigam 41.300 pessoas em diferentes pontos do país. 

Ainda segundo o instituto, foram destruídos 49 mil hectares de culturas agrícolas. Tendo em conta que estas são a principal fonte de alimentação das famílias e que a comida armazenada nas casas também se perdeu, há receios de um agravamento da insegurança alimentar.

Carlos Lima, professor de geografia e director da Faculdade de Educação da Universidade Licungo, em Quelimane, reiterou que há um sério risco de agravamento da insegurança alimentar da população.

O mau tempo não parece querer dar tréguas. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia, as províncias de Niassa e Zambézia vão continuar com chuvas intensas.

As chuvas até 100 milímetros em 24 horas estão previstos para as províncias da Zambézia, onde o alerta vai para os distritos de Molumbo, Lugela e Milange.

Em Niassa, o INAM chama atenção para os distritos de Mecanhelas, Mandimba, Ngaúma, Chimbonila, Lago, Sanga, Muembe, Majune, Maúa, Metarica e cidade de Lichinga.

No Malawi, a segunda passagem do ciclone já matou quase 200 pessoas. Em causa as chuvas torrenciais que provocaram desabamentos de terras no sul do país. O estado de catástrofe foi declarado pelas autoridades e o exército e a polícia estão mobilizados para encontrar sobreviventes. Quase 59.000 pessoas foram afectadas pelo ciclone neste que é um dos países mais pobres do planeta. Cerca de 20.000 pessoas ficaram sem casa e houve escolas e igrejas a serem transformadas em centros de acolhimento.

Fonte: Rfi

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