Passados três anos, o Partido Africano da Independência de Cabo Verde, voltou a questionar o Governo sobre o atual paradeiro dos 600 mil contos do orçamento retificativo de 2020. De acordo com o Líder deste partido da oposição disse tratar-se de mais um escândalo e falta de transparência que, tem sido apanágio do executivo, sobretudo, no setor dos transportes.
Após o governo anunciar aquisição de barcos e também o aumento dos preços para os transportes marítimos, várias dúvidas foram levantadas hoje, pelo Líder do Partido Africano da Independência de Cabo Verde, Rui Semedo.
“Em nome da transparência o Senhor PM deveria responder para todos os cabo-verdianos onde foram parar os 600 mil contos do Orçamento Retificativo de 2020? O que fez com os recursos do Fundo Soberano destinado à aquisição do avião? Onde estão os quase 48 mil contos da venda do Dornier? O que está a fazer com os 132 mil contos que está no OE para a compra do avião? E os outros recursos orçamentados? Tendo sido todo esse dinheiro autorizado para comprar avião, porquê que quer obrigar a ASA a fazer um empréstimo de mais de 12 milhões de dólares para comprar avião?”
Para o PAICV, é chegada a hora de tratar estas questão com mais transparência, responsabilidade e com mais seriedade, respeitando os recursos de todos os cabo-verdianos e colocando os interesses públicos acima dos particulares e de grupos.
“Com relação aos transportes marítimos todos assistimos as tormentas e o desespero dos passageiros, em todas as ilhas, provocadas pela desorganização, falta de barcos, imprevisibilidade e pelo caos generalizado.
Houve, claramente, um incumprimento grave dos termos da concessão a começar pela não aquisição dos 5 barcos novos, mas também pela não regularidade nas ligações entre as ilhas”.
Em relação à negociação ou renegociação de um novo contrato de concessão, Rui Semedo afirma, que o governo culpabiliza intransparencia pela falta de financiamento,
“A capacidade de financiamento o fator diferenciador que deixava e colocava de fora os armadores nacionais e, por ironia do destino, são esses armadores nacionais, ou as suas embarcações, que suportaram e suportam as ligações até hoje. Agora é esta preciosidade da declaração do Vice-Primeiro-Ministro: Ninguém tem culpa e a culpa é da falta de financiamento e, se calhar, vamos responsabilizar quem não empresta dinheiro à concessionária”.
A mesma coisa estará a passar com a VINCI. Não cumpre os termos do contrato da concessão e também, não é responsabilizado porque a culpa é da falta de financiamento, com certeza.
Admitindo a possibilidade de, a Empresa dos Aeroportos e Segurança Aérea, ter a capacidade de mobilizar tantos recursos para a aquisição de avião, Rui Semedo questiona o porquê de não o ter conseguido fazer para equipar e modernizar os aeroportos, numa breve alusão a concessão da exploração dos aeroportos nacionais à empresa francesa VINCI.
Redação Tiver