Proposta da IGAD para tréguas em cima da mesa, com tiros e explosões ainda a ouvirem-se. O impacto sanitário da guerra deve agravar número de mortos.
O prolongamento do frágil cessar-fogo em curso no Sudão atém esta quinta-feira estará a ser negociado hoje entre as duas fações em conflito pelo poder no país.
A proposta partiu da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (IGAD, na sigla anglófona), um bloco regional de seis países de que faz parte o Sudão, e o general Abdel Fattah al-Buhran, comandante do exército sudanês e líder de facto do governo, enviou um emissário ao Sudão do Sul para negociar.
O rival, o general Mohamed Hamdane Daglo, líder dos paramilitares das Forças de Apoio Rápido, ainda não reagiu à proposta.
A tentativa de prolongar as tréguas procura amenizar os confrontos que se têm mantido, em violação do cessar-fogo iniciado segunda-feira à meia noite, e permitir que a evacuação das zonas mais perigosas do Sudão prossiga.Milhares de pessoas, locais e estrangeiras, foram já retiradas do país, incluindo 20 portugueses, e as operações internacionais de evacuação continuam em passo rápido.
Só o Reino Unido já conseguiu retirar mais de 500 pessoas do Sudão e, à chegada a Essex, em Inglaterra, houve quem desse “graças a Deus”:”É como se um pesadelo tivesse acabado.”
A Organização Mundial de Saúde mostra-se muito preocupada com a situação no terreno. Não só pela ocupação pelos rebeldes de um laboratório onde estavam armazenadas amostras de doenças perigosas, mas também pelo impacto da guerra nas condições de vida de quem não consegue fugir.
“Para além dos mortos e feridos provocados por este conflito, a OMS receia o agravamento dos óbitos devido a surtos, à falta de alimentos e água, e à suspensão de serviços de saúde essenciais, incluindo de imunização”, alertou Tedros Adhanom Ghebreyesus, o diretor-geral da organização.
De acordo com a ONU, a guerra no Sudão já provocou 512 mortos e quase 4.200 feridos. Milhares de pessoas, já fugiram do país, a pé, de carro, de barco ou de avião, com ou sem ajuda oficial.
Pelo menos um português decidiu ficar no país, a trabalhar para uma organização humanitária, e um outro esperava apenas pela operação de saída das Nações Unidas, para quem trabalha.
Fonte: Euronews