RETROSPETIVA 2023: UM ANO MARCADO POR GRANDES DESASTRES NATURAIS, ELEVAÇÃO DA TEMPERATURA, GUERRAS E SURTO DE DOENÇAS

O ano de 2023 foi turbulento no cenário internacional, com a intensificação das mudanças climáticas e o retorno no El Niño, o mundo sofreu com desastres naturais intensos envolvendo o clima, guerras no Oriente Médio e na Europa e ressurgimento de doenças. Relembre aqui, os principais acontecimentos que movimentaram o mundo este ano.

O ano de 2023 se viu marcado por uma série de acontecimentos que moldariam o mundo e a sociedade, além de mortes que impactaram a sociedade e deixaram saudades.

GUERRAS

Com milhares de mortos e refugiados, a guerra na Ucrânia segue-se, Sem fim à vista, o conflito apenas se intensifica. Após o rápido avanço de tropas russas no território ucraniano, a guerra passou por um período de estagnação, seguido de contraofensiva da Ucrânia e ataques à infraestrutura energética.

Desde o início do confronto, a agência para refugiados da ONU,  registrou o movimento de milhões de refugiados da Ucrânia para vários países da Europa, incluindo a própria Rússia, Polônia, Alemanha e República Tcheca.

A ONU descreveu a situação como “o deslocamento populacional forçado mais rápido desde a Segunda Guerra Mundial”. Com base nas declarações do presidentes da Rússia e da Ucrânia, a situação ainda está longe de fim.

Em abril, o mundo brevemente prestou atenção à guerra civil entre os dois chefes militares do Sudao e as Forças de Apoio Rápido. Depois disso, o conflito entrou no esquecimento mediático. Entretanto, morreram mais de 120.000 pessoas, e metade do 48 milhões de habitantes precisam de ajuda humanitária e há 7,1 milhões de deslocados.

Do outro lado, da fronteira a situação é considerada dramática. Há pelo menos 800.000 refugiados do Sudão no Chade e as organizações de ajuda humanitária não conseguem acudir.

Desde abril de 2023, o preço da cesta alimentar aumentou 60%, fazendo com que cerca de 20 milhões de pessoas se encontrem em uma situação de insegurança alimentar aguda.

Em 7 de outubro de 2023, o mundo ficou em choque com os ataques brutais do Hamas em Israel, que deixaram 1,4 mil mortos e fizeram cerca de 240 reféns, que foram mantidos em Gaza. 

Em resposta à ação do grupo terrorista, as Forças Armadas israelenses iniciaram um bombardeio e, posteriormente, uma ofensiva terrestre a Gaza, que duram até hoje e já deixaram milhares de mortos, de acordo com o Ministério da Saúde do território palestino.

Buscando “destruir o Hamas”, apesar dos crescentes apelos globais por um cessar-fogo, o chefe do Estado-Maior de Israel, Herzi Halevi, afirmou que a guerra ainda durará “muitos meses” e que não há “soluções mágicas” ou “atalhos”.  A ONU sediou discussões quentes sobre o conflito, mas sem efeito até o momento.

DESASTRES NATURAIS

Temperaturas extremas, tempestades tropicais mais constantes e os desastres climáticos vistos em diversas localidades do mundo acabaram sendo agravados pelo El Niño, e levantou ainda mais as discussões sobre a corrida contra o tempo para reverter os estragos causados até o momento. Mas vamos começar do início, e relembrar as desastres naturais que assolaram o mundo em 2023.

O ano começou com fortes tempestades atingindo a costa oeste dos Estados Unidos. No dia 8 de janeiro, a tempestade, que nasceu no Oceano Pacífico, atingiu a Califórnia, deixando ao menos seis mortos e mais de 500 mil casas sem energia. Além disso, as fortes chuvas fizeram com que os rios transbordaram, causando enchentes no estado.

Em janeiro, um terremoto de magnitude 7,5 atingiu a ilha de Celebes, na Indonésia, matando mais de 2.000 pessoas e deixando outras 4.000 feridas. Em fevereiro, um terremoto de magnitude 6,4 atingiu a cidade de Hualien, em Taiwan, matando 17 pessoas e ferindo mais de 280. Em março, um terremoto de magnitude 6,9 atingiu a província de Van, no leste da Turquia, matando pelo menos 41 pessoas e ferindo outras 1.600.

Na madrugada de 6 de fevereiro, o sudeste da Turquia e parte da Síria foram devastados por um dos terremotos mais mortais dos últimos 100 anos. O tremor, de magnitude 7,8, seguido por outro nove horas depois, deixou pelo menos 56 mil mortos, quase 6 mil deles no lado sírio.

No final de fevereiro e início de março, a África Meridional foi vítima do ciclone Freddy, que deixou mais de 250 mortos. Passando por Moçambique e Madagascar, o ciclone fez mais vítimas quando chegou em Malawi. Com a destruição de pontes, fortes enchentes e deslizamentos nas regiões montanhosas, a passagem do ciclone foi devastadora. 

Entre o final de março e o início de abril, os Estados Unidos passaram pela passagem de tornados que deixaram os estados do Mississípi , Arkansas, Alabama e Tennessee com fortes estragos. Além das devastações nas construções, cerca de 26 pessoas morreram por conta dos fortes ventos.

Em maio, a região de Emilia-Romagna, no norte da Itália, foi vítima de fortes chuvas que deixou cerca de 8 mortos. As cidades da região ficaram submersas após 21 rios transbordarem. As tempestades que atingiram a região deixou milhares de pessoas desabrigadas, além de gerar destruição de vias públicas. 

No Paquistão, em julho, o Serviço Nacional de Gestão de Catástrofe paquistanês anunciou que as fortes chuvas, que geravam inundações e deslizamentos, deixaram mais de 50 mortos. 

Na mesma semana, na Coreia do Sul, uma tempestade deixou cerca de 40 mortos, apontando uma má gestão das áreas de vulnerabilidade do país em épocas de atividades climáticas atípicas. As tempestades atingem o centro e o sul do país, deixando quase 20 mil hectares de fazendas ficaram alagados, além de causar deslizamentos nas áreas montanhosas do país.

Em Pequim, o tufão Dok-suri moveu mais de  1 milhão pessoas de suas casas  por conta das enchentes provocadas pelas fortes chuvas. Ao menos 11 pessoas morreram. Três dos cinco rios que compõem a bacia do rio Hai subiram para níveis perigosos, resultando em deslizamentos de terra, inundações, rodovias destruídas e alagamento de ruas e casas.

Em agosto, uma nova tempestade atinge os Estados Unidos, deixando quase 1 milhão de casas sem energia. Dessa vez, as regiões atingidas são da Carolina do Norte, Geórgia e Pensilvânia. Duas pessoas morreram com as fortes chuvas.

No Japão, o tufão Kanun atingiu as províncias de Okinawa e Kago-shima em agosto,  deixando mais de 60 feridos e ao menos dois mortos. Quase 160 mil casas ficaram sem energia, e os voos foram cancelados. 

Ainda em agosto, o  furacão Idalia chegou a Flórida, nos Estados Unidos. Com categoria 4 de 5, os ventos passavam de 200 km/h. Dez pessoas morreram com a passagem do furacão e mais de 400 mil pessoas ficaram sem energia.

Na Líbia, a tempestade Daniel apareceu de forma devastadora no país, ganhando rapidamente o status de furacão, em setembro de 2023.  5,3 mil pessoas morreram e outras 7 mil ficaram feridas, além dos 10 mil desaparecidos. 

Também em setembro, um tornado atingiu o leste da China, matando 10 pessoas e deixando 1,5 mil pessoas desabrigadas. 

Em outubro,  5 cidade de Acapulco, no México, foram atingidas pelo furacão Otis. 39 pessoas morreram com a passagem do furacão.

Em dezembro, em Angra dos Reis, a Prefeitura decretou situação de emergência após as fortes chuvas que atingiram o município. Um casal de idosos morreu devido à inundação provocada pelo aumento da maré e as fortes chuvas.

Ainda em dezembro, o ano finaliza com dois eventos climáticos: um nos Estados Unidos e outro na Argentina. Nos Estados Unidos, mas especificamente no Tennessee, tornados deixaram ao menos seis mortos e dezenas de feridos. Já na Argentina, um vendaval atingiu Buenos Aires, deixando 50 mil moradores sem energia elétrica. Os ventos chegaram a 146 km/h, e destruíram a área de embarque do aeroporto.

É de realçar que 2023 foi o ano mais quente já registrado na história, segundo informou os cientistas do observatório europeu Copernicus. Os recordes começaram em junho deste ano, quando o mês foi considerado o mais quente da história. Em seguida, essa marca foi quebrada em julho, agosto, setembro, outubro e novembro.

DOENÇAS

No mês de maio de 2023, a Organização Mundial da Saúde, decretou oficialmente o fim da pandemia de Covid-19 ao anunciar que a emergência sanitária global acabou. No entanto, isso não significa que o vírus foi erradicado, e a importância de se vacinar continua. 

No início de dezembro, o Ministério da Saúde lançou uma Nota Informativa alertando para o aumento dos casos de arboviroses, como a dengue, o zika vírus e a chikun-gunya, que tiveram um aumento de 21,4% entre as semanas epidemiológicas 1 e 45, quando comparados ao mesmo período do ano anterior.  No Sudão, todas as preocupações soma-se um surto cólera, com pelo menos menos 8.267 casos de suspeita de com 224 mortes associadas, espalhados por 46 localidades de nove estados do país.

Redação Tiver

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