Os agentes prisionais estagiários que hoje se manifestaram à frente da Cadeia Central de Ribeirinha, em São Vicente, garantem que vão continuar a luta até verem os seus direitos garantidos e já ameaçam com greve no dia 22.
O grupo formado por 16 agentes estiveram hoje concentrados nos arredores da cadeia de São Vicente para reivindicar, conforme o porta-voz Adilson Fortes, “nada mais que os seus direitos”.
Isto porque, ajuntou, há cerca de um ano que exercem funções no estabelecimento prisional somente com promessas do Ministério da Justiça.
“Três em três meses vêm com uma promessa, que nunca se cumpre e assim sucessivamente e já nos cansamos, porque é uma grande falta de respeito com os agentes estagiários. Eles não estão a cumprir com a sua palavra”, sustentou Adilson Fortes.
Até agora e mesmo a prestar serviços diariamente e em regime de turno só recebem um subsídio de 21 mil escudos, para o qual não têm sequer recibo, e ainda não têm subsídio de risco.
Daí, a exigência por um salário justo, segurança social, protecção para as famílias e ainda a nomeação “o mais rápido possível” no Boletim Oficial para a oficialização das suas funções.
“A ministra disse que pretendemos ser agentes, mas então o que somos, se todos os dias temos que nos fardar e vir trabalhar”, questionou Adilson Fortes, que exortou o Governo a ver a situação dos agentes estagiários que, assim como as suas famílias, estão todos os dias expostos a riscos.
Por outro lado, também passam por dificuldades financeiras, já que, por exemplo, até hoje não receberam o subsídio de Setembro, para cumprir responsabilidades como rendas de casa, encargos com os filhos e outras.
Um ponto ressaltado também pelo coordenador do Sindicato da Indústria Geral, Alimentação, Construção Civil e Serviços (Siacsa), Heidy Ganeto, que indicou que neste momento os agentes estagiários deveriam estar a receber um salário base de 60 mil escudos e que pode chegar a mais de 70 mil escudos com alguns subsídios.
Ainda, segundo a mesma fonte, estão vulneráveis, por estarem sem armamento devido à falta de nomeação.
Mais grave, afirmou, Heidy Ganeto é o facto de terem chegado até ao sindicato informações de que os agentes estão a ser ameaçados com represálias por terem participado da manifestação.
“Isso é uma preocupação enorme por parte do sindicato já que manifestação é um direito consagrado na Constituição da República”, realçou o sindicalista, com o apelo ao ministério para cumprirem com o que está na lei e nos memorandos de entendimento.
Neste sentido, Heidy Ganeto afirmou que estão totalmente dispostos a partirem para uma greve no dia 22 deste mês, se a manifestação de hoje não surtir efeito.
Fonte: Inforpress // Ad: Redação Tiver