Indicadores quantitativos acompanhados pelo Banco de Cabo Verde sugerem um crescimento comedido da procura interna. O investimento deverá encolher, já o consumo deverá continuar a crescer. Os indicadores indicam, ainda, uma melhoria mais ténue da procura externa líquida, associado ao enfraquecimento que se espera da procura turística no terceiro trimestre de 2024
O PIB nacional registou uma redução de 8,5% em volume no 2º trimestre, tendência que continuou no 3º trimestre. O consumo privado e público cresceram 5,3% e 9%, respetivamente, impulsionados por rendimentos familiares mais altos devido à redução da inflação e aumento de transferências públicas, bem como pelo aumento dos gastos públicos com pessoal e serviços.
O investimento caiu 3% devido aos altos custos de produção, escassez de mão-de-obra no setor da construção e incertezas geopolíticas. A inflação homóloga caiu para 1% em setembro, refletindo a queda nos preços de produtos alimentares e energéticos.
A balança corrente registou um superavit, graças à redução das importações e aumento das reexportações, transferências correntes e remessas de emigrantes. No entanto, as reservas internacionais líquidas caíram, cobrindo agora 5,6 meses de importações. As exportações de turismo cresceram 15,9%, embora em desaceleração face ao ano anterior.
As despesas correntes aumentaram 9,1%, devido a maiores gastos com pessoal, transferências sociais e pagamento de dívidas acumuladas. As receitas totais cresceram 2,3%, suportadas pelo bom desempenho das receitas fiscais. O endividamento interno e externo aumentaram, elevando o stock da dívida pública para 109,2% do PIB projetado.
Apesar de sinais positivos como a redução da inflação e o aumento do consumo, a economia enfrenta desafios significativos, incluindo o abrandamento do investimento e a alta dívida pública
Fonte: Expresso Das Ilhas // Ad. Redação Tiver