TRABALHO INFANTIL EM SV É SUBTIL E MOTIVADO POR UMA QUESTÃO CULTURAL

O inspetor-delegado da Inspeção Geral do Trabalho, em São Vicente, afirmou que o trabalho infantil na ilha “é subtil” e motivado por “uma questão cultural”. Este acontece mais em oficinas e carpintarias que recebem crianças como ajudantes.

Bruno Ferreira, que falava à Inforpress a propósito do Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, que se celebra hoje, explicou que dentro das empresas não se consegue encontrar essa prática, porque ela acontece de uma forma “mais ténue”, muitas vezes por desconhecimento da legislação por parte dos familiares dessas crianças.

Segundo o inspetor-delegado, em São Vicente “antigamente se via meninas a vender pastéis nas ruas o que representava um risco associado às mesmas porque poderiam ser aliciadas por predadores, mas este fenómeno diminuiu drasticamente”.

Já em Santo Antão, explicou, ilha que também faz parte da jurisdição da delegação da IGT de São Vicente, há meninos que trabalham na agricultura com os seus pais e isso é tido como ajuda à família.

Conforme o inspetor-delegado, as pessoas acham que é normal uma criança realizar afazeres em casa, mas esses devem ser doseados de acordo com a sua idade e a sua estrutura física

Por causa da influência cultural e pela forma que ocorre, Bruno Ferreira disse que não se consegue fiscalizar o trabalho infantil porque acontece mais no seio familiar, mas defendeu que é preciso trabalhar a cultura das pessoas para mitigar este fenómeno.

É este trabalho de consciencialização que, garantiu, a Delegação da Inspeção-geral do Trabalho tem feito em parceria com o Instituto da Criança e do Adolescente (ICCA), deslocando-se a oficinas, a carpintarias e realizando sessões de sensibilização.

Fonte: inforpress // Ad: Redação Tiver

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