Começa esta sexta-feira o cessar-fogo unilateral na Ucrânia, decretado pelo Presidente Vladimir Putin. Pela primeira vez, em mais de 10 meses de guerra, a ofensiva militar vai estar suspensa durante 36 horas.
A partir do meio-dia, hora de Moscovo, e até à meia-noite de sábado, as tropas russas estão impedidas de progredir no terreno de combate.
A medida, decretada a pedido do Patriarca Kirill, o líder da Igreja Ortodoxa, para permitir a celebração do Natal ortodoxo, não será retribuída por Kiev
No seu discurso à nação, Volodymyr Zelenskyy justificou a decisão questionando os motivos por trás das tréguas.
“Agora querem usar o Natal como desculpa para impedir o avanço dos nossos homens no Donbass durante algum tempo e trazer equipamento, munições e soldados mobilizados para mais perto das nossas posições. No que é que isso vai dar? Em apenas mais um aumento das perdas”, afirmou o presidente ucraniano.
Há um agressor: o Kremlin. E uma vítima: o povo ucraniano. A retirada das tropas russas é a única opção séria para restaurar a paz e a segurança
Charles Michel. – Presidente do Conselho Europeu
As acusações de Zelenskyy encontraram já eco em Bruxelas. Nas palavras do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, as tréguas anunciadas pelo Kremlin são “falsas e hipócritas”.
Também a Alemanha desvalorizou a decisão de Putin. “Se Putin quisesse a paz, retiraria os seus soldados para casa e a guerra acabaria”, disse a ministra dos Negócios Estrangeiros da Alemanha, Annalena Baerbock, numa mensagem no Twitter.
A descrença é igualmente partilhada pela Casa Branca. Para o presidente Joe Biden, Putin quer apenas “ganhar fôlego” com o anúncio do cessar-fogo.
“Ele (Putin) esteve pronto para bombardear hospitais, creches e igrejas (…) em 25 de dezembro e no Ano Novo (…) Acho que está a tentar ganhar fôlego”, disse Biden.
Fonte: Euronews