Munícipes no Sal dizem-se indignados com a situação do lixo nas periferias, Alto São João, Alto Santa Cruz, Fontona e outros bairros, advertindo que Sal não é só centro das cidades de Espargos e Santa Maria.
A Inforpress, deslocou-se a alguns bairros para constatar a problemática levantada, recentemente, numa sessão da Assembleia Municipal, pelos eleitos da bancada do PAICV, na voz de Astregilda Rocha.
Considerando que Sal está “uma vergonha” em termos de lixo, Astregilda Rocha convidou a equipa camarária, liderada por Júlio Lopes, a fazer um giro por aqueles lados e ver o problema que poderá ter efeitos prejudiciais para a saúde pública.
“A câmara municipal anda a apregoar que o Sal está limpo, mas não está limpo. Passamos por várias zonas e é lixo, lixo, que nunca mais acaba, carcaças… uma vergonha. Não se pode dizer que o Sal está limpo, quando temos zonas com lixeira, pessoas a transitarem no meio do lixo. É preciso reforçar a limpeza urbana, a recolha do lixo”, concretizou.
Entretanto, abordados pela Inforpress sobre a questão, alguns munícipes defenderam da mesma opinião, manifestando-se indignados com o estado de imundície em que, sobretudo, os subúrbios se encontram.
“Na administração da actual câmara municipal, o Sal já esteve mais limpo. A continuar assim a gente vai nadar no lixo, sendo certo que há que haver, necessariamente, uma mudança de mentalidade das pessoas… o que é difícil. A autarquia deve pensar em criar campanhas de consciencialização, para levar os indivíduos a repensarem as suas atitudes e comportamentos em relação ao lixo”, indicou Helena Silva, licenciada em sociologia.
Tratando-se de uma ilha turística, Adelaide Varela diz também que, no Sal, não se está a viver num ambiente saudável, dado à quantidade de lixo espalhado por diferentes zonas, causando proliferação de animais e doenças, mau cheiro e também incêndios provocados pela queima do lixo em decomposição.
No entendimento de uns e outros, a situação deve-se ao “espírito consumista” das pessoas que estão a consumir mais e, consequentemente, produzindo mais resíduos sólidos e descartáveis, a par da proliferação de bares, restaurantes e hotéis, o que “multiplica” a produção do lixo na ilha e em toda a parte.
Quando colocada a preocupação do lixo na AM, o presidente Júlio Lopes refutou as acusações, justificando que a ilha já esteve muito mais suja noutras administrações e que a câmara municipal tem feito esforços para manter as zonas e localidades cada vez mais limpas.
Neste particular, o autarca avançou que a câmara municipal está a envidar esforços no sentido de adquirir uma giratória e um camião para recolha do lixo e entulhos, para melhorar o ambiente.
“O Sal é uma ilha limpa. Não há comparação com o que existia no passado, mas ainda há alguns entulhos e pardieiros. Estamos a tentar comprar uma giratória e um camião para acabar com todos esses entulhos e pardieiros. A giratória, por exemplo, custa cerca de 20 mil contos, só para se ter uma ideia” justificou, reiterando que o Sal está limpo, contrariando assim opinião contrária.
Fonte: Inforpress // Ad: Redação Tiver