O número de crianças à beira da pobreza na União Europeia cresceu 200 000 em 2021, atingindo 19,6 milhões, segundo ONG Save the Children.
Um relatório da ONG, recentemente publicado afirma que uma em cada quatro crianças do bloco estava à beira da pobreza e da exclusão social no final de 2021 devido a uma combinação de factores, incluindo o custo de vida, a crise climática, e a pandemia de COVID-19, o que teria resultado numa perda de rendimentos para muitas famílias.
Eric Großhaus, gestor de advocacia responsável pela pobreza infantil e desigualdade social na Save the Children Alemanha, descreveu o número como “devastador” e instou o país, que representa mais de 10% das crianças que vivem em pobreza na UE, “a cumprir finalmente as promessas de combater a pobreza infantil”.
A Roménia e a Espanha têm a percentagem mais elevada de crianças em risco de pobreza, com taxas que atingem 41,5%e 33,4% respectivamente. Entretanto, a Finlândia e a Eslovénia apresentavam as percentagens mais reduzidas, com percentagens baixas relativas a adolescentes.
A situação em alguns países para os quais a ONG recolheu dados mais recentes é susceptível de se ter tornado mais desoladora devido à invasão russa da Ucrânia e às consequências negativas que teve nos preços dos alimentos e da energia.
Quarenta por cento dos agregados familiares romenos, por exemplo, viram os seus rendimentos diminuir em 2022, em comparação com o ano anterior. Isto apesar das despesas terem aumentado 98%, de acordo com a ONG.
As crianças de origem migrante, refugiados, requerentes de asilo, crianças indocumentadas e não acompanhadas estão entre as mais atingidas. Também estão em risco as crianças de famílias monoparentais, famílias desavantajadas, crianças com deficiência e crianças pertencentes a minorias étnicas.
Fonte: Euronews